Não sejam cuscos!
Saber ser discreto e não se meter
na vida alheia é uma grande virtude. Principalmente quando a vida
alheia é a de um colega de trabalho. Saiba ser discreto e tenha
muita atenção aos boatos.
"Só quero ajudar.
Até porque eu não gosto nada de me meter na vida dos outros!".
Está a tentar enganar quem? A si ou para quem fala? Nunca ouviu
dizer que de boas intenções está o inferno cheio?
Então pare para pensar bem se realmente ajuda porque as pessoas
precisam da sua ajuda ou se o faz porque o seu bichinho "coscuvilheiro"
está sempre alerta e pronto para meter mais umas achas na fogueira
alheia.
Não há ninguém que goste de pessoas
que estão constantemente a quererem saber tudo da vida de toda
a gente e que vivem felizes e contentes com os pequenos segredos da vida
alheia. Muitas vezes tentam disfarçar, dizendo que só querem
ajudar e que a boca delas é um túmulo, que dali nada sai,
que lhes podem contar tudo que elas nunca irão contar nada a ninguém,
enfim!
A verdade é que este tipo de pessoas esgota
a paciência a um santo, principalmente quando se encontram no nosso
local de trabalho e nos infernizam o juízo todos os dias, dia após
dia, semana após semana.
O local de trabalho tem de ser um sítio
onde nos sentimos bem, onde gostamos de trabalhar e, principalmente, onde
existe um bom ambiente. Muitas vezes as pessoas com quem trabalhamos contam
mais do que o próprio trabalho em si ou os problemas que temos
diariamente com o nosso chefe. Se no sítio para onde temos de ir
todos os dias e onde passamos oito horas a trabalhar se encontram pessoas
que criam deliberadamente mau ambiente e que gostam de ocupar o seu tempo
livre a criar boatos e a levantar
falsos testemunhos ou coscuvilhices,
as coisas são capazes de se tornar complicadas.
Se este tipo de ambiente o incomoda mas gosta mesmo
muito do trabalho que desenvolve e a situação actual não
lhe permite outros voos, então trate de ignorar esse tipo de pessoas.
Não dê ouvidos ao que essas pessoas lhe possam vir a
contar: "A cada conto acrescenta um ponto." Ignore os
boatos que lhe possam chegar aos ouvidos sobre a vida dos seus colegas,
do seu chefe e da situação da empresa. De certeza que
mais de metade da informação não é verdadeira
ou então foi bastante aumentada. O boato até pode ter
um fundo de verdade, mas para quê chatear-se enquanto não
tem a certeza de nada e não pode confirmar a veracidade daquilo
que lhe estão a dizer?
Pense nos boatos que já circularam e que se revelaram falsos:
não se chateie com essas coisas porque realmente não vale
a pena. De certeza que outros boatos já circularam pelos corredores
da sua empresa. Eram verdadeiros? De certeza que a maior parte deles
nunca se concretizou. Não se esqueça que se calhar eles
começaram graças a pessoas que na verdade não têm
mais nada para fazer.
Independentemente do que ouvir nunca fale: se quando passa pelos
corredores ouve comentários acerca disto ou daquilo, tente não
se envolver nesses comentários e não contribua para aumentar
ainda mais os boatos que se vão criando. Não deixe que
a sua imagem comece a ser associada à coscuvilhice que anda a
circular.
Não faça "panelinha" com os seus colegas:
mantenha-se sempre à parte de comentários menos dignificantes.
Mantenha a sua imagem com um aspecto sóbrio e sempre afastada
de tudo o que não tem relação directa com o seu
trabalho. A partir do momento que o associem ao boato ou à coscuvilhice
que anda a circular, você vai ser sempre visto como alguém
que se gosta de meter na vida dos outros e, possivelmente, como alguém
que gosta de falar do que não sabe ou não conhece e que
depois inventa historias que não são verdadeiras.
Olhe pela sua imagem profissional: andar por aí a inventar
histórias ou a querer saber sempre tudo da vida alheia não
valoriza em nada a sua imagem profissional. Para quê arriscar
um bom emprego, num local onde você até se sente bem? Lembre-se
que se você for apanhado(a) em falso a sua imagem de profissional
responsável e competente vai, com certeza, por água abaixo.
Será que vale a pena arriscar?
O melhor que você pode fazer: preocupe-se com
a sua vida e com os seus problemas e deixe que os outros se preocupem
com as deles. Ajude apenas quando lhe pedirem ajuda e não fale
do que não conhece.
SW