Opinião

Binómio ação- -empatia

Somos responsáveis perante um conflito que está a movimentar milhões de pessoas que precisam desesperadamente de uma mão estendida, em todas as frentes que possam minimizar o seu sofrimento...



20.04.2022



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Somos responsáveis perante um conflito que está a movimentar milhões de pessoas que precisam desesperadamente de uma mão estendida, em todas as frentes que possam minimizar o seu sofrimento. Por empatia, porque somos humanos, temos responsabilidade perante a onda de migração forçada que está a deslocar cidadãos ucranianos.

Temos uma casa arrumada para integrar estas pessoas? A Comissão EMPL, responsável pela política da UE em matéria de emprego, assuntos sociais, competências e mobilidade dos trabalhadores, está a mobilizar os Estados- -membros para apresentarem propostas de integração relativas ao mercado de trabalho e à proteção social na UE em resposta à guerra na Ucrânia.

A resposta de integração destas pessoas nas sociedades e mercado de trabalho europeu é emergente e não se compadece com hiatos legais que não estão ainda, expectavelmente, consolidados.
No que toca a validação de competências e qualificações, uniformização e catalogação dessa informação, seria ingénuo não antecipar que temos um desafio gigante pela frente, que só pode ser mitigado por uma dose generosa de boa vontade e ação.

Agilidade e mente aberta são requisitos cruciais para uma resposta eficaz: encontrar trabalho e emprego significativo é fundamental para integrar estas pessoas, garantir a sua estabilidade financeira e dotá-los de capacidade sistémica para iniciar uma nova vida.

É a economia real, Governo e empresas que terão de contribuir para acolher com dignidade esta comunidade resiliente, derrubando fronteiras linguísticas, culturais, sociais e económicas. Há espaço na nossa casa portuguesa para integrar os refugiados numa vida ativa, mesmo sabendo que querem regressar ao seu país.

Ao Governo compete libertar apoios e agilizar a sua legalização, às empresas cabe o papel de disponibilizar oportunidades de emprego, fomentar a entreajuda e a sua integração nas equipas, facilitando o acesso aos apoios sociais e acompanhamento psicológico. O tempo é de agir com empatia ao serviço da dignidade e bem-estar humanos.

Alexandra Andrade
Diretora-geral da Adecco










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