Há 60 dias que lidero a Randstad Portugal, num desafio novo, desafiante e ao mesmo tempo entusiasmante. Nos diversos papéis que cumpro, partilhar a minha opinião nesta coluna é também algo que aceitei de bom grado. Ora, como primeira opinião nesta visão 360, quero partilhar o que estes primeiros dias de liderança me mostraram, quando curiosamente coincidem com o mês dedicado ao employer branding.
Os desafios do mercado de trabalho impactam de forma geral todos os sectores de atividade. Já não é novidade que vivemos um momento de escassez de profissionais qualificados e o investimento em atração e retenção de talentos é cada vez maior, face à crescente criticidade do tema. Mas devemos ver esta realidade como algo positivo, pois tal significa que cada vez mais é dada a devida importância às estratégias de employer branding.
Faz poucas semanas que lançamos o estudo Randstad Employer Brand Research deste ano e as conclusões só vêm confirmar as certezas do mercado: Os profissionais valorizam uma proposta de valor que assegure os dois pilares mais importantes, a flexibilidade e a estabilidade.
Os critérios mais valorizados pelos profissionais mantêm-se estáveis, sem grandes alterações, no entanto é de notar que dão uma importância aos três principais: salário e benefícios, conciliação entre vida pessoal e profissional e ambiente de trabalho agradável, sendo considerados critérios não negociáveis num empregador. A progressão de carreira e a estabilidade profissional também são valorizados e compõem assim o top cinco deste ano. E assim sendo, as empresas devem estar bastante atentas à crescente importância dos critérios acima referidos e incluí-los nas suas propostas de valor, para que consigam atrair mais (e melhor) talento.
Mas há boas notícias, e que desde já me apraz partilhar: Há uma preocupação crescente pelo employer branding nas organizações, tanto para reter o talento que possuem como para atrair novo e melhor talento, e esta realidade é cada vez mais transversal a todas as empresas e organizações, e até a todos os sectores de atividade. Aliás, comprovamos isto ao ver sectores tão distintos como a saúde, turismo e FMCG num topo de performance de excelência neste último ano.
Às lideranças cabe este papel determinante de promoverem as suas marcas empregadoras e propostas de valor, para elevarem a atratividade das suas organizações. O employer branding não é apenas dos recursos humanos ou do marketing, mas sim de toda a organização, desde o líder ao mais recente membro de uma equipa.
Diretor executivo da Randstad Portugal