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Sindicalismo sobe 1,3%

02.07.2004


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EM PORTUGAL, a taxa de adesão aos sindicatos cresceu 1,3% entre 1993 e 2003. Este é o resultado em destaque num recente estudo sobre o panorama sindical da UE elaborado pelo Observatório Europeu das Relações Industriais.


De acordo com Afonso Diz, presidente da União de Sindicatos Independentes (USI), a subida das filiações sindicais deve-se, em parte, ao facto de a partir do ano 2000, com a recessão mundial e o Governo português a gastar muito acima das receitas, o desemprego começar a desenhar-se no horizonte.

"Com as medidas decretadas para a função pública - como a proibição de novas admissões e a não substituição dos reformados, por exemplo -, originou-se uma corrida à filiação nos sindicatos da função pública", explica aquele responsável.

Outro factor que contribuiu para a maior adesão às organizações sindicais foi a deslocalização e o encerramento de empresas no sector privado. "Os sindicatos em ambos os casos foram encarados como possíveis garantes dos postos de trabalho e daí o aumento da filiação sindical verificado", refere Afonso Diz.

Segundo João Paulo, membro da Comissão Executiva da CGTP-IN, as análises à sindicalização realizadas por aquela entidade revelam nos últimos anos uma estabilização da sindicalização.

"Com ligeiras oscilações, os trabalhadores que se sindicalizam, compensam as saídas dos sindicatos originadas pelos despedimentos e pelas reformas. Por isso, não nos surpreende o resultado do estudo que indica um aumento de sindicalização", refere.

"Mais do que a crise ou as admissões na Administração Pública, é a busca da segurança e da protecção proporcionada pelos sindicatos aos trabalhadores o que os motiva a sindicalizarem-se", refere aquele dirigente sindical.

Afonso Diz acrescenta que a profusão de novos sindicatos também tem contribuído para o crescimento dos sindicalizados. "Os sindicatos profissionais estão mais próximos dos problemas dos trabalhadores - são mais realistas e no diálogo com a entidade patronal avançam com soluções de compromisso", remata aquele responsável.





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