A capacidade de resolução rápida e eficiente de problemas, criatividade, inovação, adaptação, flexibilidade e capacidade analítica são, segundo empresas e licenciados, os requisitos fundamentais para integrar o mercado de trabalho. A conclusão resulta da análise preliminar dos dados do estudo “Preparados para Trabalhar?”, realizado a nível nacional por 13 instituições de ensino superior nacionais junto de uma amostra de mais de sete mil alunos e 800 empresas.
O projeto de investigação, desenvolvido no âmbito do Consórcio Maior Empregabilidade, e coordenado a nível nacional pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), visa dotar as várias instituições de ensino envolvidas no projeto de informação relevante para a sua atuação estratégica tendo como meta potenciar a empregabilidade dos seus diplomados, atuando ao nível dos conteúdos e estruturas curriculares, serviços de mediação e apoio à transição para o mercado laboral, projeção de ofertas formativas futuras e outros aspetos.
Para Diana Aguiar Vieira, coordenadora do Gabinete de Estágios do ISCAP, o estudo permite comprar as perspetivas de empregadores e diplomados no que diz respeito à importância e ao nível de preparação de licenciados face a competências transversais, pessoais e interpessoais, adquiridas ao longo do percurso académico, identificando as principais competências requeridas para integrar o mercado de trabalho.
O estudo tem sido desenvolvido em vários países, por várias instituições, nomeadamente nos Estados Unidos da América onde foi conduzida em moldes semelhantes a investigação “Are they really ready to work?”. “Estas conclusões permitem-nos perceber que é crucial desenvolver nos estudantes e licenciados uma atitude empreendedora face à vida académica e profissional levando-os ao mesmo tempo a adquirir competências diferenciadoras”, explica Diana Aguiar Vieira adiantando que “esta é uma tarefa que requer o envolvimento de toda a comunidade escolar”.
Para a coordenadora do estudo, “o trabalho começa nas práticas pedagógicas utilizadas pelos docentes em sala de aula, bem como a realização de atividades curriculares que impliquem o contacto com o mercado de trabalho (estágios, visitas a empresas), o fomento da participação em iniciativas extracurriculares (por exemplo, organização de seminários ou concursos de ideias), a aposta na internacionalização, entre outras”, conclui. Os resultados finais desta investigação serão apresentados em novembro.