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O que procuram as empresas...e não encontram

O que procuram as empresas...e não encontram

Portugal está entre os cinco países do mundo com maior grau de desadequação entre as competências dos profissionais disponíveis no mercado e as necessidades das empresas. A conclusão foi conhecida esta semana, através de um estudo da consultora de recrutamento Hays, realizado em parceria com a Oxford Economics.

30.10.2015 | Por Cátia Mateus


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A braços com níveis ainda elevados de desemprego, Portugal lida com um desafio que vai além da escassez de oportunidades de trabalho: a desadequação das competências dos candidatos face às necessidades das empresas. A incapacidade de inverter esta tendência pode inviabilizar os planos de crescimento das empresas. O país está entre os cinco países do mundo com maior desajuste entre a oferta e a procura de competências. Ou seja, as competências dos candidatos a emprego disponíveis no mercado estão longe de ser as que as empresas necessitam para a sua atividade. As conclusões são avançadas no último Global Skills Index 2015, realizado pela consultora de recrutamento Hays, em parceria com o Oxford Economics, e esta semana divulgado.?

“Apesar dos elevados níveis de desemprego em Portugal, os profissionais disponíveis no mercado de trabalho não possuem as competências (skills), formação ou exeperiência que os empregadores procuram neste momento”, revela Paula Baptista, managing director da Hays Portugal, a empresa de consultoria de recrutamento responsável pelo estudo que analisa as dinâmicas do mercado de trabalho em 31 países. Segundo relatório, Portugal compara nesta matéria com economias como o Japão, Estados Unidos da América, Irlanda ou Espanha, figurando no top 5 dos registam maior desadequação de competências profissionais face às necessidades das empresas.

?No relatório, foram analisadas sete componentes - flexibilidade do sistema educativo, participação no mercado de trabalho, flexibilidade do mercado de trabalho, desajuste de talento, pressão salarial global, pressão salarial em sectores altamente qualificados e pressão salarial em funções altamente qualificadas - a partir das quais foi atribuída a cada país uma pontuação entre 0 e 10 (em que dez é a nota mais negativa), como forma de medir as dificuldades e restrições do mercado de mão-de-obra qualificada. Portugal alcançou uma pontuação global de 5,9, considerada pela Hays como “relativamente elevada“, traduzindo o retrato de um país onde “o mercado de trabalho permanece frágil, apesar de algumas notícias positivas sobre a economia”, realça. 

Onde Portugal pontua pior
Os parâmetros de “desajuste de talento” e “pressão salarial em sectores altamente qualificados” são aqueles em que Portugal mais se destaca pela negativa, com uma classificação de dez pontos percentuais. A “flexibilidade do mercado de trabalho” surge na terceira posição entre as avaliações mais negativas imputadas ao país, logo seguida da “participação no mercado de trabalho”. O estudo conclui que “períodos continuados de desemprego de longa duração podem agravar o problema da escassez de competências, conforme parecem indicar as tendências salariais em sectores altamente qualificados”.?

Falta de diálogo entre as instituições de ensino e os empregadores, pode ser uma das causas para esta desadequação de competências, tanto mais que é sobretudo notória em sectores que apresentam dinâmicas de contratação elevadas, como as Tecnologias de Informação ou as engenharias (com foco nas mais ligadas à indústria), entre outras áreas. Paralelamente, a tendência de emigração que o país tem vivenciado nos últimos anos, conduz também ao agravamento deste gap (desfasamento) entre o que os candidatos têm para oferecer e o que as empresas precisam. De uma forma linear, seria possível referir que as empresas procuram candidatos que ainda estão a ser formados. ?

Apesar deste cenário, Paula Baptista reconhece que “embora algumas questões de longo prazo, tais como o desajuste de talento e a pressão salarial em sectores altamente qualificados, continuem a ser uma ameaça, o mercado de trabalho português parece ter finalmente recuperado algum dinamismo”. Para a diretora-geral da Hays Portugal, “há muito por fazer, mas acreditamos que a discussão necessária sobre o desajuste de competências começa a ter lugar na sociedade portuguesa”. Um debate que Paula Baptista considera fundamental e “uma oportunidade única para universidades, empregadores e autoridades nacionais chegarem a acordo sobre a melhor forma de criar e desenvolver a base para um mercado de trabalho mais forte e mais resiliente, que crie competências para o futuro”.



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