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Novabase à 'caça' de talentos

Foi criada com o propósito de recrutar para os quadros da Novabase os melhores talentos, logo à saída dos bancos das principais universidades do país. A Novabase Academy assume-se como um projecto arrojado de recrutamento, formação e acolhimento de colaboradores onde os formandos são desde o primeiro dia sujeitos às mais adversas situações laborais. A meta é aprender a ultrapassar dificuldades com soluções criativas e eficientes.
14.12.2007


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Cátia Mateus
Imagine que acaba de sair da universidade e foi seleccionado para um projecto de formação em regime de internato. Durante 15 dias está longe do mundo, rodeado apenas de outros que, iguais a si, se preparam para provar que estão à altura de integrar uma das maiores organizações empresariais do país na área das tecnologias: a Novabase. O ambiente é competitivo, exigente e os formadores esforçam-se por torná-lo o mais adverso possível. Porquê? Porque o caminho para o sucesso não se percorre sem dificuldade e porque os grandes talentos se revelam em momentos de crise.

“Nada é suficientemente mau que não possa tornar-se pior”, poderia perfeitamente ser um dos lemas da Novabase Academy. Pedro Crespo, manager de Formação e Comunicação Interna da Novabase não desgostaria, mas acrescentaria “o sucesso depende de aprender a combater e gerir a adversidade desde o primeiro minuto”. É isso que esta academia faz. O especialista que define este projecto de formação simultaneamente como forma de recrutamento e integração dos recém-licenciados na empresa explica ao Expresso o segredo do sucesso desta ‘escola’ de talentos que este ano voltou a colocar nos quadros da empresa 65 jovens, depois dos 64 recrutados em 2006.

“Trata-se de uma experiência de formação intensa, em regime de internato, onde a meta é sujeitar as pessoas ao que habitualmente não estão vocacionadas ou habituadas a lidar”, revela Pedro Crespo. Nesta escola trabalha-se em equipa e sempre com o enfoque naquilo que é o valor-mor da empresa: o sucesso do cliente. Logo no primeiro dia de formação, os jovens — seleccionados entre centenas de candidatos — recebem a missão de constituir uma empresa de raiz. Tarefa essa que os formadores se encarregam de complicar e dificultar, levando os formandos a atravessarem o ‘vale do desespero’ e com isso a vivenciarem num espaço de 15 dias as situações mais complicadas que podem vir a encontrar ao longo de toda a sua carreira profissional.

O «manager» de formação da Novabase explica que “o caso prático é apenas um enquadramento para que as pessoas possam identificar e ultrapassar com sucesso os pontos-chave que fazem parte do dia-a-dia de um consultor tais como: identificar problemas, analisar informação externa, intervir publicamente, fazer apresentações, trabalhar sem dados, gerir e solucionar problemas emocionais, gerir stress ou compatibilizar equipas com perfis distintos”. O lema é “isto não acontece tudo com o mesmo cliente mas, seguramente, vai acontecer tudo durante a vida profissional” e o responsável acrescente “por isso, é melhor que comecem a treinar-se as soluções logo no momento do recrutamento”.

Para isso Pedro Crespo assume a função de criar a adversidade que, confessa, “pode passar por criar intrigas e gerar a discórdia dentro dos grupos (em todas as situações possíveis, até nos momentos de lazer), se esta não acontecer naturalmente”. Um papel que pode transformá-lo em «persona non grata» nesta espécie de terapia de choque empresarial, mas que feito o balanço se revela a melhor das metodologias para conduzir aos quadros da Novabase os melhores talentos nacionais nas diversas áreas de actuação da empresa.

E por isso já passaram Nuno Linder e Miguel Guilherme. Nuno está na Novabase há um ano e três meses. Integra a área da Enterprise Aplications como Associate Consultante e foi formando da Academy 2006. A experiência retira sobretudo a aprendizagem e o potencial de integração desta formação. “Quando saímos da universidade sabemos muito pouco das práticas empresariais e há pouca noção do que é o mercado de trabalho e a Academy ajuda-nos logo no primeiro dia a conhecer as dificuldades com que nos vamos deparar, as técnicas para ultrapassá-as e a definir o nosso próprio rumo de carreira e objectivos”.

A experiência do Academy está mais viva ainda em Miguel Guilherme que acaba de integrar os quadros da empresa na área de Advanced Custom Development, como Analyst. Aprender a gerir o stresse, controlar o tempo e a trabalhar em equipa foram os principais ensinamentos que o jovem retirou desta experiência que reconhece a dificuldade desta formação e o sentimento de que “a universidade não nos prepara para isto”.

Um desabafo que Ana Tereza Maçarico, directora de Recursos Humanos da Novabase reconhece e que para a responsável vem acentuar o valor desta iniciativa. A Novabase Academy, com a sua estrutura actual, arrancou em 2006 embora a empresa sempre tivesse desenvolvido acções neste sentido. “É um projecto global que tem por meta atrair no mercado o melhor talento nas áreas de actuação da Novabase e transmitir-lhes os valores globais do grupo no sentido de criar, além da formação de enquadramento, as bases para o desenvolvimento de uma carreira dentro da empresa”, explica Ana Tereza Maçarico.

A directora de recursos humanos explica que esta academia resulta de um processo de selecção rigoroso ao qual só acedem alunos com média final de curso superior a 14 valores, provenientes de um leque de universidades seleccionado pela Novabase. Ana Tereza Maçarico esclarece contudo que “o facto de seleccionarmos algumas instituições de ensino onde a formação e a investigação são reconhecidas pela sua qualidade e consistência, não significa que sejamos restritivos em relação a candidaturas espontâneas de alunos de outras escolas”. A responsável assegura que a Novabase analisa todas as candidaturas e que na Academy entram alunos que não provêm das instituições seleccionadas. Até porque todo este processo de recrutamento exige, por parte da Novabase, de um grande investimento em termos de pesquisa e apresentação do projecto junto das universidades.

“A Novabase realiza workshops e apresentações junto das universidades para apresentar este projecto aos alunos que depois se inscrevem ou não para o processo de selecção que é composto por pelo menos três entrevistas e inúmeros testes psicotécnicos”, explica. A partir do momento que são admitidos na Novabase Academy os recém-licenciados são automaticamente contratados sem termo, logo no início da formação. “Normalmente nesta fase há uma grande luta no mercado pelos melhores talentos que estão a sair das universidades e as empresas tentam desde logo assegurar os melhores. A Novabase não é excepção. Vendemos inteligência e portanto a nossa matéria prima é talento. Temos de reter os melhores”, enfatiza a directora de RH.

Na última edição a Novabase formou na sua academia e integrou nos seus quadros 65 pessoas, entre cerca de 500 candidatos de áreas como as tecnologias de informação, informática de gestão, engenharia de informática e sistemas, gestão e até economia. Todos estes profissionais prosseguem, depois da academia, uma formação técnica «on job» durante toda a sua carreira dentro da Novabase. “Em 2006/2007 o grupo realizou 36 acções de formação, abrangendo 431 formandos (entre 1700 colaboradores), num total de cerca de 14 mil horas de formação”, enfatiza Ana Tereza Maçarico.

Em fase de fecho de orçamentos, Ana Tereza Maçarico adianta que a Novabase Academy de 2008 deverá seguir os mesmos moldes da realizada este ano. E embora ainda faltem alguns meses para o fecho do ano académico, a empresa já está de olho nos melhores talentos nacionais que as universidades irão gerar nas suas áreas de actuação. Nesses e em todos aqueles que se candidatem espontaneamente a esta ‘escola’ de talentos.





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