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“Nos próximos anos deverão surgir muitas oportunidades para engenheiros portugueses”

“Nos próximos anos deverão surgir muitas oportunidades para engenheiros portugueses”

O bastonário da Ordem dos Engenheiros de Angola, José Dias, falou ao Expresso sobre as oportunidades que o seu país está a gerar para engenheiros portugueses. Depois de um forte investimento no desenvolvimento de infraestruturas, a próxima tendência de contratação para Angola poderá estar focada na tecnologia e inovação.

26.09.2014 | Por Cátia Mateus


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Onde residem as principais oportunidades de carreira para os engenheiros portugueses em Angola?
Angola é, cada vez mais, um local destino no que diz respeito aos profissionais de engenharia. É um país em pleno desenvolvimento e ainda com capacidades formativas inferiores às suas necessidades de técnicos especialistas a este nível. Áreas como a engenharia civil, eletrotécnica, mecânica, de minas ou de telecomunicações são, sem dúvida, aquelas que neste momento mais oportunidades oferecem aos engenheiros portugueses e de cuja experiência os profissionais angolanos beneficiam muito.

É possível quantificar o número de engenheiros portugueses que já trabalham em Angola?
Na Ordem dos Engenheiros de Angola, temos registo de 611 engenheiros portugueses a trabalhar no país.

Quais as condições salariais oferecidas aos profissionais portugueses?
No caso de jovens licenciados, a média salarial ronda entre os 3 e os 3,5 mil dólares. Quando falamos em engenheiros com mais maturidade, já com alguns anos de experiência, os salários cifram-se entre os 5 e os 6 mil dólares.

Quais são ainda as principais carências de Angola na área da engenharia?
As carências são em quase todas as áreas mas, neste momento, a grande prioridade é colmatar o défice de profissionais de engenharia civil. Temos também uma grande falta de profissionais em áreas como engenharia mecânica e eletrotécnica. É importante compreender que Angola ainda está longe de conseguir formar os engenheiros de que necessita.

Quantos engenheiros forma o país por ano?
A Universidade Agostino Neto, por exemplo, forma por ano apenas cerca de 80 engenheiros das diversas áreas, e os nossos jovens têm tendência a escolher áreas de humanidades. Há, portanto, muito trabalho a fazer neste campo. Por seu turno, a maioria dos cursos em Angola tem uma preponderância essencialmente teórica e, neste sentido, necessitamos e ganhamos muito com partilha de conhecimento com profissionais de engenharia como os portugueses. Têm sido uma clara mais-valia ao nível do desenvolvimento da prática da engenharia em Angola.

Quantos empregos podem ainda ser criados em Angola para engenheiros portugueses nos próximos anos?
Não é fácil fazer essa quantificação. O aumento de oportunidades corresponde, em grande medida, à evolução do próprio desenvolvimento do país. Nos próximos 10 anos, além das áreas que já referi, deverão surgir muitas outras oportunidades para os engenheiros portugueses, nomeadamente nas áreas das engenharias aeronáutica, biomédica ou bioquímica. Se, nesta fase, as nossas necessidades são essencialmente ao nível das infraestruturas, acreditamos que com o desenvolvimento se abrirão novas oportunidades e, além das engenharias mais clássicas, como civil, metalúrgica e de minas, ou electrotécnica, se abram novas áreas de emprego, centradas na tecnologia e inovação.

 



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