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"Há sempre oportunidades de trabalho”

Jorge Martins, o diretor de RH da Securitas, explica como se gere os recursos humanos de uma empresa onde 90% dos custos de estrutura estão relacionados com pessoal.
22.12.2011 | Por Cátia Mateus


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Em Portugal, a Securitas emprega cerca de 6650 colaboradores integrados em quatro áreas e segmentos especializados, distribuídos por 20 filiais de vigilância especializada, vigilância mobile e segurança aeroportuária. A nível mundial o grupo assegura já emprego a 295 mil colaboradores em 49 países distintos. Por terras lusas quem lidera os recursos humanos da Securitas é Jorge Martins, cujo lema de vida é “esforça-te e serás recompensado”.

Para o diretor de recursos humanos da Securitas “o profissional de RH tem atualmente um trabalho semelhante ao de um jardineiro: preparar a terra, semear, adubar, tratar das doenças e aguardar que árvore nasça sã para mais tarde colher os frutos”. Para Jorge Martins, que lidera os recursos humanos de uma empresa onde 90% dos custos da estrutura estão relacionados com as pessoas, “a compatibilização entre as políticas de RH, alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa e as metas operacionais de rentabilidade do negócio no curto prazo, tornam o desafio da gestão de pessoas muito estimulante”, mesmo quando a conjuntura nacional é de adversidade.

Escolher os melhores recursos humanos disponíveis, integrá-los na empresa e ajudá-los a adquirir as competências necessárias para que possam prestar serviços de excelência, retê-los e mantê-los motivados são tarefas complicadas na atual conjuntura, e para as quais, segundo Jorge Martins, “não existem fórmulas mágicas”. Ou não fosse o líder dos RH da Securitas um admirador de Peter Senge que acredita que “copiar as melhores práticas não é aprender”. E é exatamente isto que o diretor de RH coloca em prática na Securitas. Diz Jorge Martins que “as organizações que aprendem são as aquelas nas quais as pessoas melhoram continuamente as suas capacidades para criar o futuro que gostariam de ver surgir”.

Adepto de uma liderança exercida de baixo para cima, Jorge Martins acredita que a formação não é um fim, mas antes um meio para melhor aprender o dia-a-dia, ao longo do tempo, incorporando cinco disciplinas distintas: domínio pessoal, modelos mentais, visão compartilhada, aprendizagem em equipa e pensamento sistémico. “ A elevação dos standards na atividade de segurança privada, faz com que haja maior exigência nos processos de recrutamento, e maior investimento na qualificação dos nossos colaboradores. O perfil tem de estar, cada vez mais, enquadrado com as exigências das funções”, revela.

A empresa tem atualmente vários processos de recrutamento em curso direcionados, sobretudo, para profissionais mais técnicos com competência nas áreas da engenharia. A empresa está a criar novos serviços para os clientes e segundo Jorge Martins, “será preciso recrutar cerca de uma centena de novos colaboradores, metade dos quais com formação técnica na área da engenharia eletrotécnica”. Embora recrute mais nas áreas core da sua atividade, a Securitas privilegia também a integração de alguns perfis mais especializados nas áreas técnicas. O processo de seleção é feito exclusivamente com base nas candidaturas enviadas via internet e já não são aceites candidaturas em papel em nenhum ponto do país. Depois, garante o diretor de RH, “concentramos as nossas energias na análise qualitativa do processo de recrutamento e seleção. Queremos que os colaboradores iniciem a atividade na posição que melhor se adeque às suas competências e onde se sintam melhor e orgulhamo- nos de ter uma das mais baixas taxas de 'turnover' do Grupo Securitas e do nosso sector de atividade, um pouco acima dos 10%.”.

A integridade dos candidatos é um dos aspectos mais valorizados por Jorge Martins. “Os clientes confiam-nos um dos bens mais preciosos, a chave das suas instalações e este é um aspeto muito sensível”, enfatiza acrescentando que a capacidade de trabalhar com pessoas, mostrando interesse e cooperação, o saber lidar com a mudança e ser empreendedor são outros aspetos valorizados, numa conjuntura em que para o diretor de RH da Securitas o grande trunfo que um candidato pode ter para abordar o mercado é mesmo uma estratégia ativa de procura de emprego. “Procura ativa de trabalho, significa remeter o Cv e manter contacto com as empresas e prever as necessidades destas. Uma lista de contactos gerida de forma ativa aumenta as possibilidades de sucesso na integração no mercado de trabalho. Há sempre oportunidades de trabalho!”, concluí.


Jorge Martins
49 anos
Diretor de Recursos Humanos da Securitas

Formação:
É licenciado em Gestão de Empresas.

Percurso:
Tinha 18 anos, quando começou a trabalhar num negócio familiar onde, relembra, “a lista de obrigac¸o~es era muito mais extensa do que a dos direitos”. Após a conclusão do serviço militar obrigatório, em 1987, integrou a equipa da Yoshida Portuguesa, onde permaneceu alguns anos com a responsabilidade da área financeira e de pessoal. Daí transitou para os quadros da YKK Portugal, com um cargo de gestão ao nível da direção geral. Durante 14 anos trabalhou em empresas japonesas, com uma cultura sólida e muito marcante. Um contexto empresarial que acabou por ser determinante na sua evolução de carreira até chegar à Securitas. Durante cerca de um ano, antes de assumir a direção geral da YKK em Portugal, trabalhou em Tóquio e Hong Kong, uma oportunidade rica quer profissional quer pessoalmente que lhe alargou os horizontes.

Maior dificuldade:
“A tarefa de integrar e de compatibilizar pessoas oriundas de países com culturas muito diferentes, onde o coletivo se sobrepunha ao individual, colocou desafios por vezes muito difíceis de superar”, relembra.

Desafio atual:
“ Trabalhar no Grupo Securitas pela importância fulcral que a área de Recursos Humanos tem na empresa”. Cerca de 90% dos nossos custos da Securitas estão relacionados com as pessoas, razão pela qual para o diretor de recursos humanos, é fundamental ser bem sucedido na missão de recrutar os melhores profissionais.

Família:
Casado e pai de duas filhas.

Hóbis:
É praticante de jogging e golfe, mas nos tempos livres não dispensa a jardinagem e confessa que a agricultura biológica tem vindo a ganhar cada vez mais espaço na sua vida.

Lema de vida:
“Esforça-te e serás recompensado!”



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