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Empresas de TI mantêm crescimento e emprego

O setor das Tecnologias de Informação (TI) está na génese de 17% das empresas que, apesar da crise que assola o país, conseguiram crescer no ano passado e gerar emprego. A conclusão surge numa “radiografia” às Pequenas e Médias Empresas nacionais realizada pela empresa especialista em software de gestão Sage. Mas a dinâmica deste setor na economia nacional e na criação de emprego é sustentada também pelos especialistas de recursos humanos e pelas empresas estrangeiras que recrutam cada vez mais licenciados portugueses.
26.05.2011 | Por Cátia Mateus


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Serviços, comércio e tecnologias de informação lideram um ranking elaborado pela empresa de software de gestão Sage, que avalia os negócios mais bem-sucedidos de 2010. Com efeito, 17% das empresas que contrariaram a adversidade e conseguiram crescer e gerar novos postos de trabalho, num mercado onde a escalada do desemprego assumiu níveis preocupantes, opera na área das tecnologias de informação (TI). Uma realidade que não surpreende Ana Luísa Teixeira, country manager da empresa de executive search MRINetwork, que revela mesmo que “desde há muito que o setor das tecnologias de informação se mantém entre os setores que, no nosso inquérito às intenções de contratação, apresentam maiores intenções em recrutar estando mesmo em liderança este ano”.

A MRINetwork realiza semestralmente o seu Hiring Survey, um inquérito onde as principais empresas do mercado em diversos setores de atividade expressam as suas intenções de contratação para os seis meses seguintes. Os dados para o primeiro semestre de 2011, recentemente divulgados, revelam dados interessantes para a área das tecnologias de informação. De acordo com o inquérito realizado para o mercado nacional, a conjuntura adversa não impediu as empresas de traçar boas perspetivas para a atividade do setor. 82% das organizações manifestou intenção de aumentar ou manter o número de colaboradores e nas tecnologias de informação nenhuma das empresas inquiridas pelas consultora previa cortes de pessoal. Este setor é mesmo líder nas intenções de contratação, com 47% dos gestores contactados a declarar a intenção de recrutar novos colaboradores este ano. As funções mais técnicas são o principal foco das novas contratações.

Dado curioso é o facto de segundo este estudo, os recém-licenciados não estarem entre o público-alvo preferencial destas empresas. Apenas 3% dos inquiridos confirma a intenção de recrutar recém-licenciados. A preferência vai para profissionais mais experientes. E em matéria de funções, as ligadas à produção/operações parecem ser as mais valorizadas para 46% das organizações, logo seguidas das funções comerciais (20%). De resto, as novas contratações servirão sobretudo para alimentar estes departamentos nas empresas de tecnologias de informação nacionais.

Mas segundo Ana Luísa Teixeira, também na área das tecnologias de informação as empresas nacionais perspetivam alguma dificuldade em recrutar novos quadros. Ainda assim a especialista revela que “sem dúvida que os tempos são desafiantes pelas dificuldades que encerram, mas parece que os nossos dirigentes empresariais estão já habituados a navegar em águas turbulentas. O setor das tecnologias de informação surge como um dos mais resistentes à crise, com uma taxa de intenção de redução de colaboradores inexistente”.

A maior dinâmica empresarial regista-se, também neste setor, nas empresas com menos de 250 colaboradores. São exatamente estas que mais arriscam nas contratações. “Mais de metade das empresas inquiridas no Hiring Survey refere a intenção de recrutar profissionais com competências informáticas este ano, sobretudo para pequenas empresas até 50 colaboradores”, explica a country manager da MRINetwork que enfatiza ainda que “no setor das tecnologias de informação, a principal aposta é no recrutamento de programadores, com 53% das empresas a manifestarem esta intenção”.

Apesar deste panorama otimista, Ana Teixeira reconhece que “ainda que internacionalmente o recrutamento de quadros de topo nesta área esteja a aumentar, em Portugal ainda se vive uma instabilidade grande ao nível deste tipo de quadros, com taxas de desemprego no topo, superiores aos encontrados antes da crise”. A especialista reconhece que há neste momento empresas de TI com forte dinâmica nas contratações e um imenso potencial de internacionalização de quadros. E se os licenciados em tecnologias de informação pelas universidades portuguesas são cada vez mais procurados pelo mercado internacional (ver caixa), são também cada vez mais os profissionais que se predispõem a ultrapassar as fronteiras geográficas. “A taxa de profissionais com vontade e necessidade de sair de Portugal para ter acesso à carreira ou oportunidades laborais que ambicionam tem crescido muito nos últimos tempos na área das tecnologias de informação”.

Ana Teixeixa esclarece que a facilidade ou dificuldade que os colaboradores encontram em alcançar a empregabilidade no exterior não depende tanto da universidade em que se licenciam, mas das funções e competências que possuem. África, mais concretamente Angola, continua a ser um destino muito apetecível para os profissionais portugueses deste setor. Mas para triunfar cá ou lá fora é fundamental que, como refere a especialista, os candidatos tenham além das competências base, “uma conquista permanente pela atualização de competências, curiosidade intelectual e criatividade, para manterem a empregabilidade num setor de ponta e de inovação, em permanente renovação e expansão”.

E os principais players do setor reconhecem esta necessidade. A Computerworld referiu recentemente que “em 2020, o conhecimento técnico deixará de ser a pedra fundamental dos departamentos de tecnologias de informação”. A publicação defende que os peritos e futuristas da área informática preveem uma procura crescente de profissionais que vão além da competência técnica e são capazes de interpretar enormes volumes de dados. Os que conseguirem dominar técnicas de segurança, gerir críticas em sistemas recentes e transmitirem com clareza de que forma podem as tecnologias de informação dinamizar um negócio, sairão favorecidos no momento da contratação.

Análise de dados, avaliação de riscos, domínio da robótica, segurança da informação e administração de redes são as área chave de aposta para quem quer um lugar neste mercado que para Ana Teixeira continuará em permanente dinâmica no recrutamento. “Acredito que as TI's continuarão a ser dos setores com maior peso no recrutamento, quanto mais não seja pelo facto de serem um setor muito dinâmico, em constante inovação e com um peso grande no desenvolvimento de ferramentas de apoio á gestão e importantes para processos de racionalização fundamentais para ajudar as empresas a renovarem-se e serem mais competitivas em tempos de dificuldades”, concluí.

Engenheiros portugueses rumo à Suécia

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto foi esta semana a anfitriã de um encontro de oportunidades. De um lado os engenheiros formados em Portugal, com aspirações a uma carreira além-fronteiras. Do outro, uma pool de representantes suecos, com vontade de recrutar jovens talentos lusos. Uma combinação perfeita.
Andres Nyhagen, representante do centro de emprego da cidade sueca de Malmö, Philip Stankovski e Micael Gustafsson, da Oresund IT, o maior cluster de tecnologias de informação da Escandinávia e vários responsáveis da RIM, do grupo Blackberry, e da DFind, do grupo Sony Ericsson, fizeram parte desta comitiva internacional que veio a Portugal “caçar” talento.

A delegação partilhou com os portugueses informação sobre oportunidades de emprego na área das tecnologias de informação naquele país, abrindo segundo a Universidade do Porto, uma janela de oportunidades aos que aspiram uma carreira internacional. Mas a comitiva sueca não saiu de Portugal de mãos a abanar e recrutou mestrandos, licenciados e finalistas de Engenharia Informática da FEUP.

Esta sessão de networking resultou de uma iniciativa conjunta da AlumniEI-FEUP e da Portic, uma “think tank” para a internacionalização das empresas portuguesas de base tecnológica, composta por uma equipa de especialistas, líderes, empreendedores e governantes nacionais e internacionais (suecos, finlandeses, americanos, canadianos e franceses).

as regiões de Malmö e Lund, a sul da Suécia, e openhaga, na Dinamarca são hoje uma unidade económica orientada para a inovação, designada por Oresund.
Aqui nasceu o Bluetooth a Inkjet. Oresund tem atualmente a maior concentração de tecnologias de informação, comunicação e electrónica (TICE) de toda a Escandinávia, empregando mais de 100 mil pessoas nesta área. Com 3,6 milhões de habitantes e um volume de negócios anual de 23,4 mil milhões de euros, Oresund tem sete parques de tecnologia e mais de 10 mil empresas do setor implantadas. O desemprego é inexistente e a região importa permanentemente engenheiros europeus. O clime de cooperação que se vive em toda a região é o resultado de uma aposta conjunta de universidades, agentes públicos e privados e empresas. Uma receita que parece garantir o sucesso.



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