Esqueça os sublinhados, os negritos, os destaques em múltiplas cores, o papel especial e esqueça sobretudo os icones que nada acrescentam ao seu currículo. Para a especialista americana Robin Schlinger se há momento onde a expressão “keep it simple” (simplifica) faz particular sentido é na elaboração de um currículo. A mentora da Robin's Resumes não tem a mínima dúvida de que “para impressionar um diretor de recursos humanos ou um recrutador, seja qual for o sector de atividade, bastam apenas três coisas: a combinação certa de competências, qualificação e conquistas profissionais, a capacidade de transmitir esses fatores de forma rápida e convicta e um formato de currículo 'limpo', organizado e de leitura fácil”. ?
Para a especialista americana, “quem contrata não tem tempo para distinguir factos de criatividade”. A agravar esta limitação, Robin Schlinger alerta ainda para o facto de muitos dos programas informáticos utilizados pelos diretores de RH e recrutadores para organizar a sua base de candidatos poderem falhar ou baralhar informação vital na sua triagem, se nos currículos forem utilizados carateres estranhos, cores, formatos ou fontes pouco usuais. “Como disse um dia um recrutador, se um currículo se parece como tal significa que está formatado para o mundo dos negócios e o candidato tem maior possibilidade de ser levado a sério”, realça a especialista enfatizando que “a melhor forma de captar a atenção de um recrutador é apresentador um currículo bem organizado e claro que credibilize o percurso do candidato e as suas competência para a função a que concorre”.??
Há lugar para a criatividade?
Há, mas ela não é admitida em todas as funções. Para a especialista é fundamental saber adequar o modelo de currículo à empresa e cargo a que se candidata. Naturalmente que se for um criativo e tiver de mostrar o seu portfolio, são admitidos modelos menos formais de currículo. Mas mesmo nesses, os três princípios elencados como basilares pela especialista mantêm-se. O desafio será então equilibrar a criatividade com a clareza da exposição das suas competências, qualificações e percurso que consolidou, sem deixar de apresentar um currículo que seja fácil de compreender e avaliar. ?
Na essência, deve focar-se naquela que é a pergunta favorita de qualquer recrutador - “porquê?” - e estruturar todo o seu currículo em torno do objetivo de lhe dar uma resposta clara e objetiva. Mais do que querer saber quais os cargos que assumiu ao longo da sua carreira, o diretor de recursos humanos vai querer saber porque tomou a opção de mudar, porque optou por alterar a rota em determinado ponto da sua carreira, porque tirou determinado curso, porque permaneceu mais cinco anos na mesma empresa e função e, sobretudo, porque se candidata à função em causa. Demasiados “porquê” sem resposta podem levar um recrutador a optar por outro candidato.