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Contratações temporárias aumentam 20% no Natal

Contratações temporárias aumentam 20% no Natal

O aumento das contratações em época de final de ano não é novidade e está sobretudo sustentado na criação de empregos temporários, utilizados pelas empresas para reforçar as suas áreas comerciais e de vendas e, desse modo, fazer face a aumentos pontuais de atividade e picos de consumo. Segundo os especialistas em recrutamento, este incremento nos recrutamentos pode rondar os 20% entre novembro e janeiro. São funções temporárias, mas podem abrir portas a uma integração plena nas empresas, asseguram.

11.12.2015 | Por Cátia Mateus


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Operadores de loja, assistentes a clientes, promotores, operadores de caixa, operadores de embrulhos, embaladores, mas também, no sector do Turismo (onde a atividade também regista uma maior dinâmica nesta altura do ano), empregados de mesa, empregado de andar ou cozinheiros, completam a lista dos perfis mais óbvios no ranking de prioridades das empresas quando objetivo é reforçar, ainda que temporariamente, as suas estruturas na época natalícia e de ano novo. Mas segundo Magda Gomes, diretora técnica da empresa de recrutamento Multitempo, há perfis menos óbvios que, nesta altura do ano, registam também forte procura. A especialista fala na procura de candidatos temporários especializados nas áreas financeira, de telecomunicações, aeroportuária, indústria, agroalimentar, transportes, logística e serviços e acrescenta que o reforço das contratações nesta época “pode chegar aos 20%”.?

Por esta altura, a maioria dos profissionais a integrar nas empresas já estão identificados, mas até janeiro há sempre contratações pontuais a decorrer. O trabalho de identificação e recrutamento de reforços para as empresas nacionais, durante o período de Natal, começa a ser preparado em novembro e, segundo Magda Gomes, pode constituir uma boa oportunidade de aproximação dos candidatos aos recrutadores e a uma eventual oportunidade de transformar um emprego temporário em permanente. As condições oferecidas aos profissionais temporários, recrutados através de uma agência, “são iguais às oferecidas a profissionais que sejam diretamente contratados pelas empresas”, garante Magda Gomes acrescentando que “tal como as condições, as tabelas salariais são as que estão em vigor na empresa cliente e, por isso, também iguais às dos profissionais contratados diretamente pelas empresas clientes”.

?Mónica Reis, area manager da Kelly Services, corrobora esta informação e fala numa média de remuneração base mensal na ordem dos 630 euros para os profissionais temporários contratados nesta época. Um valor “a que poderão acrescer horas noturnas, trabalho suplementar, subsídio de alimentação e outras rúbricas salariais associadas ao horário de trabalho e à função”, explica. Segundo a especialista da Kelly Services, “as grandes superfícies comerciais e demais empresas ligadas ao consumo, grande distribuição e sector hoteleiro são as que registam maior recurso à utilização do trabalho temporário nesta época”. Contudo, merecem também destaque as oportunidades geradas no sector dos serviços onde “existem organizações que tendem a contratar no final do ano, tendo por base as perspetivas para o ano seguinte. Como por exemplo, a área da banca”, realça Mónica Reis.

Há benefícios em ser temporário?
Entre as vantagens de aproveitar uma aproximação ao mercado de trabalho e às empresas pela via do emprego temporário, ambas as especialistas em recrutamento elencam, por exemplo, fatores como a capacidade de adaptação a diferentes contextos de trabalho que a experiência confere, o acesso a formação e experiência profissional, o conhecimento de diferentes realidades profissionais facilitando novas reintegrações, o acesso a um vínculo contratual previsto na legislação laboral, a aquisição de know-how específico e o estabelecimento de relações que podem contribuir para uma evolução no percurso profissional futuro. ?Magda Gomes acrescenta mesmo que “a integração ou a recolocação de trabalhadores temporários é para a Multitempo um processo natural que faz parte da metodologia de gestão”.

Nenhuma das especialistas quantifica a percentagem de profissionais absorvidos pelas empresas clientes, na sequência de processos de recrutamento temporários, mas a diretora técnica da Multitempo assegura que “existem bastantes empresas clientes que após o fim do contrato de trabalho temporário convidam os trabalhadores a ingressarem na empresa com um contrato de trabalho direto e, caso isso não aconteça, o trabalhador temporário integra de imediato a base de dados ativa da Multitempo”. Magda Gomes esclarece que “estes serão os candidatos prioritários a considerar para novas ofertas de trabalho que se adaptem às suas competências, pois já temos referências fundamentadas na sua avaliação de desempenho”.?

A propósito desta metodologia, Mónica Reis refere que num mercado de trabalho tendencialmente flexível a nível global, “os candidatos a funções em regime de trabalho temporário têm a possibilidade/vantagem de dispor de um serviço que identifica por si e para si, oportunidades de trabalho relacionadas com as suas qualificações e competências”. Segundo a especialista, um candidato nestas condições “terá mais rapidamente acesso a várias e diferentes oportunidades de trabalho”. Mónica Reis não hesita e afirmar que é possível gerir uma carreira como trabalhador temporário e acrescenta que “havendo boas referências acerca de um candidato/ ex-trabalhador temporário, relacionadas com o seu desempenho, produtividade, postura, atitude e profissionalismo, haverá uma tentativa permanente de recolocação no mercado”.



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