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Com que competências se 'fazem' bons profissionais?

Com que competências se 'fazem' bons profissionais?

O conceito de 'desenvolvimento de competências' é muito mais do que um mero chavão, comum entre os especialistas em recrutamento e gestores de recursos humanos. Na verdade, é esta procura constante de atualização de conhecimentos e qualificação, que torna os profissionais competitivos aos olhos dos recrutadores e capazes de acompanhar com sucesso e de forma célere a as necessidades de conhecimento das empresas. Pode um profissional parar de se formar e de aprender, mesmo quando chega ao topo? Não.

05.03.2016 | Por Cátia Mateus


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Travis Bradberry, especialista em gestão de talento e cofundador da TalentSmart, a empresa de formação e coaching em inteligência emocional que apoia o desenvolvimento de talentos e líderes em mais de 75% das empresas que integram o ranking das 500 melhores empresas da Fortune, tem vindo a dedicar o seu estudo ao impacto da inteligência emocional no sucesso profissional. O especialista que também coautor do best seller Emotional Intelligence 2.0, defende que mesmo em posições de topo a aprendizagem permanente e o desenvolvimento de novas competências ao longo da vida são determinantes para o sucesso.

“Há skills (competências) que são determinantes e que qualquer profissional deverá treinar e aprender, pois geram dividendos ao longo de toda a vida”, argumenta o autor que se suporta inclusive de um estudo recente, realizado por investigadores da Universidade de Standford, para argumentar que “aprender produz mudanças no cérebro, tal como o exercício físico opera mudanças nos músculos”. Segundo Bradberry, a tendência da grande maioria dos profissionais é para se focarem na concretização das suas tarefas e em “ter o trabalho feito” e acreditarem que o sucesso decorre apenas dai. “À medida que evoluem na carreira, maior a tendência para os profissionais acreditarem que se chegaram ali é porque já têm todo o conhecimento e todas as competências de que precisam para alcançar o sucesso em todas as suas missões. Nada de mais errado”, realça.

Defensor de um modelo de aprendizagem contínuo e permanente, o especialista reconhece contudo que o tempo que os profissionais têm para dedicar a rotinas de aprendizagem não é elástico e, por isso, são necessárias escolhas cirúrgicas. O autor de Emotional Intelligence 2.0 defende que há nove competências que são de desenvolvimento obrigatório para qualquer profissional, independentemente do patamar em que está na sua carreira, da área ou sector de atividade onde trabalha e das suas ambições de carreira. “São competências básicas mas altamente relevantes, não só porque o que ensinam gera retorno ao longo de toda a vida pessoal e profissional, mas também porque mantém viva a chama da aprendizagem constante e da disponibilidade para cultivar conhecimento”, explica.

Neste grupo de competências Travis Bradberry agrega, por exemplo, a Inteligência Emocional, uma competência algo intangível, mas que “afeta a forma como gerimos os comportamentos, enfrentamos a complexidade social ou tomamos decisões pessoais capazes de ter efeitos positivos”. Da lista fazem também parte o desenvolvimento de competências aos nível da gestão do tempo, a capacidade de “dizer não”, de ouvir, de pedir ajuda. Na essência, competências básicas, que apesar de parecerem lineares (talvez até excessivamente lineares), nem todos os profissionais dominam.

9 skills essenciais

1. Inteligência emocional
A capacidade de reconhecer e compreender as suas emoções e as dos que o rodeiam é fundamental, tal como a sua capacidade de utilizar esta consciência para gerir o seu comportamento e as suas relações pessoais e profissionais.

2. Gestão do tempo
Um dos grandes entraves à correta gestão do tempo é a designada “tirania dos urgentes”. Ou seja, a tendência para dar prioridade às pequenas coisas que não são assim tão importantes, mas têm de ser feitas já. Um profissional que se torna escravo disto, passa os seus dias a “apagar incêndios”, sem concretizar o que é verdadeiramente importante. Aprenda a ser rigoroso nas prioridades.

3. Capacidade de ouvir
Pode parecer mais fácil do é na realidade. Ouvir significa estar 100% focado no que os outros estão a dizer, procurando compreendê-los e retirar do seu discurso o melhor contributo.

4. Saber dizer “Não”
Pesquisas recentes demonstram que quanto maior é a dificuldade de um profissional em dizer “não”, maior é a sua exposição a níveis elevados de stress, esgotamento ou até depressão. Dizer não é um desafio imenso para muitos profissionais, mas para o autor é fundamental treinar e desenvolver esta capacidade.

5. Pedir ajuda
Pode parecer estranho dizer que “pedir ajuda” é uma competência e qua se aprende, mas é. É necessária uma elevada dose de autoconfiança e humildade para fazer desta prática um ato quotidiano. Nenhum líder quer na sua equipa profissional que prefira desempenhar mal a sua tarefa só por que não está disposto, ou não sabe, pedir ajuda.

6. Dormir bem
Uma boa noite de sono é essencial para uma boa capacidade de resolução de problemas e reação emocional às circunstâncias e desafios do quotidiano. Sem isto, qualquer profissional tem as suas capacidades diminuídas. Sacrificar o sono não é boa política em nenhuma profissão.

7. Saber quando deve calar-se
É da natureza humana querer provar que está certo, mas nem sempre deve fazê-lo até porque, regra geral, alimentar conflitos a quente não é eficaz. Desenvolva a capacidade de não reagir a quente.

8. Tomar iniciativa
“A iniciativa é uma competência que o vai levar longe na vida”. Na teoria é fácil ter capacidade de iniciativa, mas na prática há mil coisas que se colocam no caminho. Há uma grande diferença entre saber o que se deve fazer e ter medo ou ser demasiado comodista para fazê-lo.

9. Positivismo
Nem sempre é fácil manter a motivação e a visão positiva, mas esta é umas das competências mais desafiantes e vitais para qualquer profissional. É o exemplo maior da competência que deve treinar ao longo da vida.



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