Ruben Eiras
AS CHEFIAS intermédias são as funções das empresas multinacionais localizadas em Portugal que poderão obter um aumento salarial mais elevado em 2005, na ordem dos 4,3%.
As previsões são da Mercer HR Consulting, uma empresa de consultoria na área de recursos humanos. Segundo os dados daquele relatório salarial, o segmento profissional dos directores irá obter um aumento médio na casa dos 4,02% e os técnicos de produção poderão chegar aos 3,99%. Por sua vez, os quadros superiores ficarão pelos 3,78%, enquanto que os técnicos administrativos se irão situar nos 3,98%.
De acordo com Paulo Machado, director da Mercer HR Consulting em Portugal, o maior aumento remuneratório previsto para as chefias intermédias está relacionado com a deslocalização dos centros de decisão das multinacionais para o mercado espanhol, especialmente Madrid.
«Na última década, as funções de topo foram saindo de Portugal, porque as multinacionais começaram aos poucos a mudar as suas filiais para Espanha. O resultado é que as chefias intermédias existem em maior número em Portugal, sendo que o comando das operações e da estratégia é feito em Espanha», explica Paulo Machado.
Além disso, segundo aquele especialista, o crescimento remuneratório mais elevado nas chefias intermédias também resulta do ajustamento salarial deste segmento de funções face aos valores praticados no resto da Europa.
«A política salarial de uma multinacional tem que ser concebida à escala europeia, para facilitar a mobilidade da sua força de trabalho», observa o responsável da Mercer.
«Por isso é que as multinacionais remuneram melhor do que as empresas nacionais — como têm de alinhar as suas políticas salariais pelo valor praticado na Europa, os salários são mais elevados», esclarece. No plano dos sectores, o estudo da Mercer identificou o sector farmacêutico como sendo o que aufere melhores salários.