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ANJE tem €80 mil para potencial negócios inovadores

ANJE tem €80 mil para potencial negócios inovadores

Foi o pioneiros dos prémios de empreendedorismo a nível nacional e apoiou o arranque de vários negócios que hoje dão cartas a nível internacional, uma altura em que o financiamento de novos negócios era a mais dura batalha de qualquer empreendedor e um dos principais responsáveis pela sua mortalidade. Um cenário que não mudou tanto quanto o desejável, mas que o Prémio Jovem Empreendedor continua a procurar minimizar. Quando avança para a sua 18ª edição, a competição de empreendedor promovida desde 1998 pela Associação Nacional de Jovens Empresários, traz novidades. A maior é no valor do prémio. A Caixa Capital associou-se à competição e elevou o valor do prémio para os €80 mil. 

03.09.2016 | Por Cátia Mateus


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Critical Software, Crioesaminal, Biosurfit, Medbone ou Active Space Technologies são alguns dos projetos empresariais a que a conquista do primeiro lugar do Prémio Jovem Empreendedor, a competição de empreendedorismo promovida pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), ajudou a “dar gás”. O contexto atual será certamente diferente daquele que encontraram os mentores destes projetos, à data do lançamento dos seus negócios. Mas há barreiras que parecem permanecer intransponíveis: o acesso ao financiamento permanece um dos principais entraves a quem quer criar o seu próprio negócio e é por isso que para o presidente da ANJE, João Rafael Koehler, a 18ª edição do Prémio Jovem Empreendedor (que a partir de agora adota a designação de Prémio Jovem Empreendedor powered by Caixa Capital) representa um passo em frente no apoio ao empreendedorismo inovador nacional.

A sociedade de capital de risco Caixa Capital associou-se à competição, elevando a fasquia do prémio para os €80 mil (€50 mil resultantes de um investimento da sociedade, €20 mil assegurados pela ANJE com o apoio do IEFP e €10 mil em serviços complementares). As candidatura decorrem até 30 de setembro. “O financiamento ainda é uma das questões mais delicadas do empreendedorismo português”, lamenta o presidente da ANJE. O apoio da Caixa Capital procura atenuar as dificuldades que se colocam aos projetos nacionais com elevado cariz de inovação e “permitirá que nesta 18ª edição, o Prémio Jovem Empreendedor atribua, não apenas o habitual prize money de 20 mil euros, mas também um financial award à empresa vencedora de 50 mil euros”, explica João Rafael Khoeler. E esta não é a única novidade da competição. Além do valor total do prémio, o vencedor é automaticamente selecionado para a final do Caixa Empreender Award, onde estão em jogo mais €100 mil. Há ainda que somar outros apoios complementares atribuídos no âmbito do prémio, que são comuns às edições anteriores, e que estão avaliados em €10 mil: serviços de consultoria, formação, mentoria, networking, incubação e aceleração.

O investimento da Caixa Capital no prémio insere-se numa parceria mais abrangente estabelecida entre a sociedade de capital de risco e a Academia dos Empreendedores da ANJE, focada no desenvolvimento do ecossistema empreendedor nacional. João Rafael Koehler realça que até agora “o Caixa Empreender Award era reservado aos melhores projetos oriundos de programas de aceleração” e que o Prémio Jovem Empreendedor passa a ser a primeira competição a possibilitar o acesso à iniciativa, essencialmente porque “funciona já como um programa mais vasto, que além de disponibilizar capital, assegura mentoring, formação e incubação, apoiando o desenvolvimento acelerado dos planos de negócio vencedores”, refere.

Investidores profissionais em empreendedorismo
Do lado da Caixa Capital, Stephan Morais, administrador, também destaca a relevância da parceria na identificação e preparação de novos negócios. O líder da sociedade de capital de risco refere que “ para a Caixa Capital faz todo o sentido suportar entidades e iniciativas que preparem os empreendedores e que fomentem a transformação do conhecimento em inovação e negócio”. Realça ainda que a Caixa Capital se posiciona como “um investidor profissional em empreendedorismo, não apenas com capital investido mas também através do suporte de parceiros que atuam a este nível”, como é o caso da ANJE.

Nas últimas edições do prémios, a ANJE tem identificado entre as startups concorrentes uma grande intensidade de inovação, capacidade tecnológica, orientação global e potencial de escalabilidade. “Interpretamos esta sofisticação das startups a concurso como um sintoma de crescente qualificação do empreendedorismo português, bem como da consolidação da ANJE como pólo dinamizador de projetos internacionais de base científica, tecnológica e criativa”, realça o presidente da associação. ?Ao Prémio Jovem Empreendedor podem concorrer projetos early stage (seed capital e startups) promovidos por jovens entre os 18 e os 35 anos.

Para serem elegíveis, os projetos devem segundo o presidente, revelar características empreendedoras, caráter inovador, potencial de mercado, viabilidade económico-financeira, impacto previsível na comunidade (local, regional e nacional) e, não menos relevante, capacidade de criação de emprego. O caráter disruptivo do projeto, a sua capacidade para incorporar conhecimento especializado e oferecer serviços ou bens inovadores, tendo possibilidade de crescimento e uma orientação global, são também valorizados num mercado que ainda coloca resistências aos que procuram empreender. ?Para João Rafael Koehler, além do financiamento há outros entraves ao empreendedorismo, desde logo estruturais: “Portugal não tem ainda um ambiente propício ao investimento e aos negócios”.

Excesso de burocracia, um sistema fiscal pesado, complexo e instável, lentidão na aplicação da justiça, elevados custos de contexto, economia paralela, escassa qualificação dos recursos humanos são, segundo o líder dos jovens empresários, fatores que ainda limitam a iniciativa empresarial nacional. “Para criar um ambiente mais business friendly, há que atuar no sistema fiscal de forma a torná-lo mais estável, simples e competitivo para pequenos negócios”, reforça João Rafael Khoeler.

18 anos de projetos 'fora da caixa'

1998
Critical Software, o projeto de seis jovens empreendedores focado na confiabilidade dos sistemas de informação, arrecada o galardão da primeira edição do Prémio Jovem Empreendedor.

1999
A Prodígio apostou nas produções digitais online e foi considerada inovadora à beira da viragem do século.

2001
Miguel Rodrigues concendeu o júri com um projeto que garantia a sistematização da informação noticiosa e das fontes de formação online, a Global Clip.

2002
A ideia de Fernando Teófilo e Rui Costa, a Radionetics, propunha a distribuição de discos de promoção e contagem do airplay nacional. Venceu a concorrência.

2003
O projeto de criopreservação de células estaminais, Crioestaminal, tornou-se um dos vencedores mais emblemáticos do galardão.

2004
Miguel Costa, Carlos Silva, António Silva e Nuno Afonso, construíram uma ideia em torno da domótica, a Central Casa.

2005
BioSurfit, a empresa de João Garcia da Fonseca, propôs ao mercado o desenvolvimento e comercialização de uma nova plataforma de estes médicos – Point of Care (POCT).

2006
A Active Space Technologies, de Ricardo Patrício e Bruno Ramos de Carvalho, focou-se nas análises térmicas e estruturais para a indústria espacial, aeronáutica, automóvel, energética e de moldes, e convenceu.

2007
Marta Vaz Alberto e João Pedro Malheiros venceram com uma empresa de produção de espumas rígidas de baixa densidade à base de poliuretano para fabrico de pranchas de surf, a Masterblank.

2008
CreativeBitBox, a empresa de soluções multimédia, criada por Pedro Silva e Pedro Rodrigues, venceu a 10ª edição do galardão.

2009
Uma equipa de três investigadores conquistou o júri com a Acellera Therapeutics, uma inovadora terapia celular destinada ao tratamento da rejeição de transplante de fígado.

2010
Cláudia Ranito conquistou Portugal e o mundo com a Medbone, a empresa que se dedica à produção de substitutos ósseos para cirurgia ortopédica, dentária e veterinária.

2011
Bn'ML - Behavioral & Molecular Lab, foi o projeto de cinco empreendedores que pretendiam apoiar as empresas farmacêuticas a investirem com maior segurança no desenvolvimento de novos fármacos, e que ganhou a 13ª edição do prémio.

2012
Nelson Pereira e Miguel Jesus venceram o galardão com a Top Research, a empresa focada na criação de ferramentas que facilitassem a produtividade.

2013
A Calx, de Nídia Alves, Eduardo Alves e Romeu Amado, recuperou um dos mais marcantes símbolos da cultura urbana nacional – a calçada portuguesa – com um processo de produção inovador e orientado para a internacionalização.

2014
Targetalent, venceu a 16ª edição do prémio, com um kit de diagnóstico precoce de cancro que permite a colheita de células do corpo humano e a sua análise em apenas alguns minutos.

2015
A startup Exogenus Therapeutics dedica-se ao desenvolvimento pré-clínico e clínico, de terapias celulares aplicadas à medicina regenerativa, especialmente lesões cutâneas. Foi a vencedora na última edição.



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