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83% temem fracasso

83% temem fracasso

Segundo um estudo realizado pela Amway para avaliar o potencial empreendedor de vários países, cerca de 61% dos portugueses têm uma atitude positiva perante o empreendedorismo, mas apenas 32% ponderaria passar da teoria à prática e criar o seu próprio negócio. A razão desta disparidade? O medo de fracassar que atinge 83% dos portugueses. 

31.01.2014 | Por Cátia Mateus


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O empreendedorismo está no topo das prioridades europeias, com Durão Barroso a defender a necessidade de adoção de medidas que viabilizem um quadro regulamentar estável e simplificado, favorável ao desenvolvimento da iniciativa empresarial. Ainda assim, os dados mais recentes do Estudo Global do Empreendedorismo, realizado em 24 países pela Amway, revelam que embora 61% dos portugueses demonstrem uma atitude positiva perante a criação do seu autoemprego, 83% admitem não arriscar a dar o passo em frente por medo de fracassar.

Dos 61% de portugueses que apresentam uma atitude positiva perante o empreendedorismo, só 32% se imagina a criar efetivamente o seu próprio negócio. A disparidade entre ambas as percentagens permite traçar o retrato de uma geração aliciada pela vida empresarial, pela independência patronal e concretização das suas ideias, mas refém do medo de falhar. O estudo “Encorajar os Empreendedores – Suprimindo o medo do fracasso”, foca as principais tendências mundiais nesta área. Na análise, a Amway conclui que os portugueses continuam a ter uma reputação global boa ao nível do empreendedorismo, ainda que esta atitude positiva em relação à iniciativa empresarial tenha diminuído 6% face ao ano passado. Uma redução que é também visível no número de portugueses que se imaginam a criar e liderar o seu próprio negócio e que desceu 8% face ao último ano.

O objetivo do estudo é, segundo Mónica Milone, general manager da Amway Portugal, “compreender a atitude das pessoas perante a possibilidade de criarem o seu próprio emprego, assim como as vantagens e os obstáculos que encontram no seu país”. Face às conclusões anteriormente apuradas, a empresa focou o relatório deste ano no maior obstáculo: o medo do fracasso. “A atitude dos portugueses continua a ser bastante positiva e os participantes sentem-se motivados, principalmente, as pessoas com formação académica superior e, os jovens adultos com menos de 30 anos de idade”, enfatiza. Dados que para Mónica Milone são compreensíveis, tendo em conta que os jovens são a faixa etária que mais sofre com as elevadas taxas de desemprego.

O medo de fracassar em Portugal é 13% superior ao apurado a nível internacional e 43% mais elevado do que nos Estados Unidos. A conjuntura nacional poderá justificar em parte estes números, mas Rui Baptista, professor de Empreendedorismo Internacional na Brunel Business School, em Londres, e membro do Departamento de Engenharia e Gestão do Instituto Superior Técnico, enfatiza que “a cultura empreendedora não se adquire de um dia para o outro”. Para o docente “a sociedade tem de encorajar as pessoas a empreender, valorizando a ousadia dos que empreendem, ensinando os jovens a empreender, facilitando o financiamento daqueles que arriscam e, protegendo aqueles que não têm sucesso”. Rui Baptista, enfatiza a necessidade de “investir na educação e desburocratizar o processo de start-up” adiantando que “o Estado deve ter um papel relevante para o desenvolvimento de empreendedores, facilitando a obtenção de financiamento e, estendendo aos empreendedores os benefícios sociais dos trabalhadores por conta de outrem”. Medidas de financiamento público e fundos para start-ups têm impulsionado a criação de vários negócios.

Como financiar um projeto
Para os que decidem vencer os medos e investir na criação de um negócio próprio, há atualmente diversos mecanismos de apoio financeiro que podem facilitar a tarefa. Do Microcrédito, ao Crowdfunding, sem esquecer os apoios estatais, as soluções são muitas e à medida de cada caso. 

O Microcrédito tem vindo a ganhar adeptos entre os portugueses, sobretudo entre os que se encontram em situação de desemprego e têm uma ideia de negócio com pernas para andar. Através deste sistema é possível obter financiamento em montantes reduzidos e a condições mais favoráveis do que o financiamento normal quer em matéria de juros cobrados, quer nos prazos de reembolso e garantias necessárias. Alguns bancos já oferecem estas soluções, mas há diversas associações especializadas nestes apoios.

A nível governamental o incentivo ao empreendedorismo também está na ordem do dia. O Governo anunciou recentemente a criação de uma nova linha de apoio a novos negócios que disponibilizará 35 milhões de euros a potenciais empreendedores. A este valor acrescem ainda 15 milhões de euros, disponibilizados via “business angels”.

No último ano cresceram também os projetos financiados pela comunidade através das plataformas de crowdfunding. Para beneficiar deste apoio basta increver-se numa das várias plataformas existentes e caso consiga a totalidade do financiamento de que necessita terá de recompensar quem apoiou o seu projeto.

O Capital de Risco é outras das formas de financiamento possíveis. Aqui, os investidores entram no capital da empresa e o retorno é normalmente alcançado posteriormente por alienação da posição na empresa.



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