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82% querem procurar novo emprego

82% querem procurar novo emprego

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que mais de 400 mil trabalhadores portugueses procuram emprego há mais de um ano. A estatística dos que competem pela oportunidade de uma entrevista nas empresas portuguesas, é ainda agravada por um estudo recente da Kelly Services que revela que durante o próximo ano 82% dos portugueses, entre os 31 e os 48 anos, ponderam procurar um novo emprego.
18.05.2012 | Por Cátia Mateus


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Os trabalhadores portugueses estão inquietos em relação ao trabalho e nem mesmo a crise afasta dos que têm emprego a vontade de pedir a demissão. A conclusão é avançada por um estudo da empresa de gestão de recursos humanos, Kelly Services, que revela que apenas menos de um terço dos profissionais em Portugal, sentem que são valorizados pela entidade empregadora e 40% afirmam mesmo que ponderam frequentemente demitir-se. Este contexto de infelicidade laboral crescente poderá também explicar a elevada percentagem de portugueses que pondera durante o próximo ano procurar um novo emprego: 82%.

Segundo os resultados do Kelly Global Workforce Index - o estudo de tendência promovido internacionalmente pela empresa em 30 país, incluindo Portugal onde responderam mais de dez mil profissionais - os trabalhadores entre os 31 e os 48 anos são os que apresentam maior probabilidade de mudança, sendo 82% planeia procurar um novo emprego. Na designada geração de baby boomers (dos 49 aos 66 anos de idade), a tendência é inferior, mas não por muito. São 79% os que ponderam enfrentar um processo de recrutamento e tentar um novo emprego. Curiosamente, a geração que apresenta menor vontade de mudar é a Geração Y, dos 19 aos 30 anos de idade, onde apenas 75% afirma ter como meta mudar de trabalho.

O estudo aponta ainda para índices de descontentamento laboral elevados. Apenas 29% dos inquiridos dizem estar satisfeitos com o seu atual emprego e menos de 42% podem afirmar que a sua atual situação profissional lhes proporciona realização. Dados que não surpreendem Afonso Carvalho, o diretor geral da Kelly Services em Portugal. “Os trabalhadores têm vivido uma agitação económica sem precedentes e, consequentemente, estão intranquilos relativamente aos seus futuros e objetivos de carreira”. O especialista acrescenta que “a não ser que as entidades empregadoras consigam proporcionar conteúdos funcionais e estimulantes e oportunidades de desenvolvimento de carreira, muitos trabalhadores sentem que deverão manter as suas carreiras em permanente movimento”.

Uma estratégia que poderá não ser fácil em Portugal, tendo em conta que a taxa de desemprego prossegue a sua escala e a há cada vez mais profissionais disponíveis no mercado. A concorrência é grande nas oportunidades que vão surgindo e há muito já não chega demonstrar ao entrevistador que se é bom no que se faz. Há que conseguir demonstrar que se é o melhor e pessoa certa para o cargo. E nesta tarefa a correta preparação a entrevista é fundamental. É preciso antecipar eventuais perguntas e estar pronto para respostas que marcam pontos rumo à empregabilidade (ver vaixa).

E nisto, as redes sociais podem ser um importante aliado na recolha de informação sobre as empresas. O estudo revela que 29% já utilizam as redes sociais para tomar decisões relacionadas com a carreira ou a situação de emprego. E para Afonso Carvalho “há muitas pessoas insatisfeitas que estão ativamente a procurar emprego e que estão disponíveis para abandonar atuais cargos em troca de maior realização profissional”.

 12 perguntas rumo ao emprego:

1.O que nos pode dizer de si?
É uma das perguntas mais frequentes numa entrevista de emprego. Organize o seu pensamento do passado para o presente, sem se alongar demasiado e colocando ênfase nos seus pontos fortes, funções chave e papel determinante que teve em projetos ou nas empresas por onde passou. Mostre-se dinâmico, ativo e com gosto por desafios.

2. Porque é o devemos contratar?
É uma pergunta rasteira. Nunca diga que é melhor do que ninguém. Procure valorizar as suas capacidades e demonstrar os benefícios que pode aportar à empresa, sem perder a humildade. Se tem pouca experiência ou acabou de sair da universidade, saliente a vontade de dar continuidade à sua aprendizagem dentro daquela organização.

3. Porque deixou o seu último emprego?
Nunca caia no erro de falar mal da sua enterior empresa ou chefia. O entrevistador perceberá que pode vir a fazer o mesmo com ele. Responda sempre pela positiva e defenda-se com a necessidade de abraçar novos desafios e progredir na carreira, ou com a resposta honesta de que ficou numa situação de desemprego.

4. Quais são os seus principais defeitos?
Todos os temos e não vale a pena mentir. Não diga que os desconhece mas também não caia no erro de listar tudo o que não o favorece. Inverta as coisas e fale por exemplo na sua excessiva preocupação com o trabalho, mesmo quando está em casa ou no facto de ser demasiado perfeccionista, por exemplo.

5. Se tivesse de ser você a contratar, o que seria fundamental num candidato?

Foque a sua resposta em características que possua e não mencione nada que não conste o seu currículo.

6. Trabalha bem sob stress?

Não pense responder que não, ou salientar a importância de ter tempo e calma para desempenhar todas tarefas. Pode, contudo dizer, que apesar de trabalhar bem sob pressão e ter tido bons resultados anteriores dessa forma prefere estruturar tudo com tempo.

7. Onde quer estar daqui a cinco anos?

Não faça previsões relativas a promoções. Seja realista e demonstre ambição, mas foque sempre a sua resposta na sua realização profissional. Nunca fale de salários, reformas ou cargos de chefia.

8. Que salário pretende para esta função?

Procure fugir à questão, sem dar diretamente valores. Argumente que o mais importante é a sua motivação no projeto em questão.

9. Já teve problemas com um superior? De que tipo?

É outra das perguntas-rasteira mais comuns. Diga sempre que não tem memória de nenhum problema ou conflito pois em todos os locais por onde passou sempre gerou bom ambiente na sua equipa. Nunca diga mal do ex-chefe.

10. Porque é que quer integrar esta equipa?

Convém conhecer a empresa para poder argumentar. Aqui tem hipótese de demonstrar que sabe os projetos em que a empresa está envolvida, os seus principais clientes e que pode aportar vantagens ao negócio.

11. Está disposto a trabalhar horas extraordinárias e a mudar de local de trabalho?
Diga que sempre que a empresa precisar estará disponível para trabalhar além da sua hora e seja honesto em relação à questão da mobilidade. Não se mostre disponível para mudar de local de trabalho se depois não estiver. Diga que é uma decisão que terá de tomar, se vier a ser necessário, em conjunto com a sua família.

12. Tem alguma pergunta que queira fazer?

É a última hipótese que tem de marcar pontos com o entrevistador. Utilize toda a informação que recolheu sobre a empresa aqui e faça perguntas sobre os projetos em curso e novas hipóteses de negócio e investimento que estejam a surgir. É proibido ficar calado nesta pergunta.



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