Quando foi lançada, há um ano, a Aliança para a Juventude assumia o propósito de criar 100 mil oportunidades de emprego e formação para jovens europeus num prazo de três anos. Cinquenta mil foram criados em 12 meses. Que balanço faz deste primeiro ano?
O balanço que fazemos é muito positivo, não só pela recetividade que o programa teve junto das empresas parceiras (num total de 13 em Portugal), mas também do impacto que está a ter junto dos jovens. Esta é uma iniciativa muito positiva não só para a criação de oportunidades de trabalho, mas também para a preparação dos jovens para a sua entrada no mercado laboral.
Como está a ser feita essa preparação?
A preparação dos jovens, a adequação das suas expectativas em relação ao mercado de trabalho e aos vários percursos que podem seguir nas suas vidas profissionais está a ser feita num trabalho de proximidade entre as empresas e as universidades, através dos seus gabinetes de apoio aos finalistas. Temos promovido workshops com o objetivo de aproximar as pessoas das empresas, nos mais variados níveis e funções, aos estudantes universitários para que estes possam ter uma perspetiva mais alargada das diferentes oportunidades que os esperam e para onde podem direcionar as suas carreiras. Nestes workshops os colaboradores das empresas signatárias da Aliança para Juventude procuram ajudar os jovens a preparar melhor os seus currículos e trabalham com eles a preparação para as entrevistas, dando conselhos práticos para entrevista de emprego. Outra iniciativa de aproximação dos jovens à realidade empresarial é o desenvolvimento do ensino dual, um projeto que a Nestlé já está a desenvolver na sua fábrica de Avanca ao abrigo de um protocolo com a Escola Profissional de Aveiro. Neste caso, pretendemos promover uma integração mais suave dos jovens no mercado de trabalho, removendo obstáculos na sua formação, uma vez que quanto mais cedo tomarem contacto com as diferentes realidades empresariais melhor preparados estarão para iniciar a sua vida profissional.
Em que se traduzem todas estas iniciativas em Portugal, no que respeita à integração dos jovens no mercado de trabalho?
A Nestlé Portugal já impactou com estas iniciativas de formação 3500 jovens, além das 336 oportunidades de trabalho já criadas.
E nos restantes parceiros da Nestlé, quantas oportunidades de trabalho foram efetivamente criadas?
Cabe aos parceiros comunicar os seus resultados individuais. A seu tempo as empresas referirão as suas iniciativas e números através do relatório anual organizado pela Comissão Europeia, sob a égide da Aliança Europeia para a Apprenticeship, que também será tornado público no site da Comissão Europeia. Em Portugal, o objetivo da iniciativa Nestlé Emprego Jovem, da qual faz parte a “Aliança para a Juventude”, foi a criação de 500 oportunidades de trabalho para jovens até aos 30 anos de idade e até 2016. Até maio deste ano foram já criadas 336, repartidas por 145 estágios e 191 contratos de trabalho. O balanço aqui é extremamente positivo. A nível europeu foram criadas neste período 50 mil oportunidades, repartidas por 34 mil contratos e 16 mil estágios.
Em que áreas têm surgido maior número de oportunidades?
Na Nestlé são áreas muito variadas. Temos connosco jovens a trabalhar e a desenvolver as suas competências na área de Recursos Humanos, Finanças e Controlo, Gestão de Produto, em Logística, mas também nas nossas fábricas, na gestão de linhas de produção e na área de Qualidade e Ambiente. Podemos dizer que o impacto da iniciativa Nestlé Emprego Jovem está a ser muito transversal no universo Nestlé.
Alcançadas que estão parte das metas inicialmente propostas, há novos objetivos para a Aliança para a Juventude nos próximos anos?
As etapas mantêm-se apesar do grande sucesso do primeiro ano de implementação, que, por ser o primeiro ano, beneficiou de uma recolha em bloco de todas as oportunidades de trabalho e de formação. Não quer dizer que o ritmo se mantenha nos próximos dois anos, até porque há oportunidades que transitam de um ano para o outro. Este movimento visa promover uma melhor transição da educação e formação para o emprego para os nossos jovens em toda a Europa. Essa é a nossa meta principal. Mais do que emprego queremos criar esta adaptabilidade dos jovens ao mercado laboral, ajudando-os a estarem preparados para vencer possíveis obstáculos que surjam. A “Aliança para a Juventude” quer ser um agente de mudança na partilha de conhecimentos e experiências para resolver as barreiras locais para o emprego dos jovens.
Quais são as perspetivas futuras para este programa??
Temos como objetivo um aprofundamento contínuo da qualidade do programa e dos impactos que está a gerar na vida dos jovens ajudando-os, nos mais variados sectores de atividade, a escrever a primeira linha do seu currículo e, com isso, vencer uma grande barreira. Graças a este programa vamos instituir boas práticas em todos os mercados europeus e estamos a dar um sinal de que o futuro das organizações e o futuro da Europa precisa de ser apoiado e construído. Temos de dar esperança às novas gerações.
Nessa lógica, o que considera prioritário e estratégico para o combate ao desemprego jovem na Europa?
Acreditamos que o sector público tem um papel a desempenhar, implementando as medidas certas para favorecer a empregabilidade dos jovens, nomeadamente ao nível da formação. No entanto o sector privado é o maior empregador na Europa e a sua mobilização pode mudar o curso das coisas. Este é o espírito da “Aliança para a Juventude”, que mobiliza empresas, quer as de porte internacional quer as pequenas e médias. Em abril de 2014 a taxa de desemprego jovem até aos 25 anos na Europa era de 22,5% (5.3 milhões) no primeiro trimestre de 2014. Em comparação com abril de 2013, o desemprego jovem decresceu 415.000 (23.6% – 5.7 milhões) nos 28 países-membros. O nosso objetivo é ajudar a continuar este caminho quer através da criação de oportunidades de trabalho, mas também fornecendo aos jovens ferramentas que lhes permitam inovar, empreender e serem eles próprios criadores de emprego.
A meta dos 100 mil empregos
Criada com base na iniciativa “Nestlé Emprego Jovem” focada na criação de oportunidades de trabalho para jovens profissionais com menos de 30 anos e que em Portugal criou, entre 2013 e 2014, 256 empregos nos vários sectores da empresa, a Aliança para a Juventude arrancou no ano passado, a partir de Lisboa, com a ambição de criar 100 mil oportunidades de emprego e formação para jovens europeus. ?O primeiro ano do programa viabilizou já criação de 50 mil oportunidades, 34 mil das quais foram postos de trabalho criados e 16 mil iniciativas de aprendizagem e formação realizadas.
Em Portugal, a iniciativa gerou impacto junto de pelo menos 3500 jovens e o diretor de recursos humanos Gregoire Scilipoti, enfatiza que a meta das 100 mil oportunidades se mantém e deverá ser alcançada ao longo dos próximos dois anos, tal como o previsto, não só na Nestlé mas junto dos cerca de 200 parceiros de várias áreas que, a nível europeu, se associaram à iniciativa.?Na plataforma da Aliança para Juventude há empregos, estágios e oportunidades de formação disponíveis em 22 países europeus, em empresas como o gigante tecnológico Google, a consultora de recrutamento Adecco, a seguradora AXA, a consultora EY, a rede social Facebook, o grupo de logística CHEP, a Toyota, a Vodafone e muitas outras. As oportunidades são diversificadas e abrangem múltiplos perfis de qualificação.
Na Nestlé, por exemplo, o diretor de recursos humanos garante que a iniciativa tem permitido integrar jovens em quase todas as áreas da empresa, apoiando a sua transição mais eficaz entre o mundo académico e a realidade empresarial. Até maio desde ano, a Nestlé assinou 191 contratos de trabalho com jovens portugueses e disponibilizou 145 estágios. “Estes jovens estão também a integrar ações de formação, aconselhamento de carreiram coaching e mentoring que os ajudam a melhorar o seu perfil e empregabilidade”, garante o diretor.