O currículo é recheado e Maria Falcão só tem 35 anos. Se dúvidas houvesse sobre a importância do desafio para a nova co-CEO do Harpoon.jobs, o título da sua última leitura, “Mudar de Vida” de Dalila Pinto de Almeida, é uma quase confirmação da sua veia “irrequieta”.
“Sou muito uma pessoa de fazer acontecer e tenho sentido de missão em todos os projetos em que me envolvo”, indica a gestora, especialista em marketing, frisando que “sempre me completou construir equipas, gerir pessoas, sentir que estou a ter impacto e a acrescentar valor nos sítios por onde passo”. E, quando a ‘tarefa’ está cumprida, para Maria Falcão, ‘Tinder do recrutamento’ está a ganhar gás Maria Falcão 35 anos, co-CEO do Harpoon.jobs muitas vezes, o passo natural é dar o salto. “Deixo um desafio não porque haja alguma coisa mal, mas por estar já em modo operacional”, explica.
Maria Falcão chegou ao Harpoon desafiada por Matthieu Douziech, fundador da empresa — nascida em Portugal há seis anos — e o responsável pelo seu recrutamento, em 2013, para a L’Oréal. Depois de ter traçado um plano de crescimento para o Harpoon, enquanto consultora, a gestora aceitou fazer equipa com Douziech. “O Harpoon está superdinâmico, após uma época em que as pessoas tiveram receio de mudar [de emprego por causa da pandemia]. Eu venho trazer a minha visão de negócio, de expansão, aos craques do recrutamento.”
Na sua opinião, há cada vez mais abertura para juntar competências diferentes no desenvolvimento de novos serviços e considera que a sua experiência na gestão de negócio e de marca, em particular no meio digital, serão uma mais-valia para o Harpoon, que é uma espécie de Tinder (plataforma de encontros) do recrutamento, pois junta pessoas e empresas com interesses em comum. “Temos uma plataforma e um algoritmo e fazemos o encontro ‘perfeito’ entre os líderes e os desafios das empresas. Mas vamos além do recrutamento, somos parceiros estratégicos na transformação do negócio”, explica Maria Falcão.
A gestora destaca duas experiências que a fizeram “crescer como profissional”, na L’Oréal, com a Yves Saint Laurent, e na Sonae, com a marca de roupa infantil Zippy, ambas “missões de mudança, em dois monstros burocráticos”. Na Yves Saint Laurent tinha que conquistar o público mais jovem “porque a marca estava ainda associada ao pó de arroz da avó”. Uma tarefa tão estimulante quanto audaz tendo em conta que “levámos o luxo para o digital, em campanhas com influencers, o que não acontecia nem a nível internacional”. Para a Zippy, o trabalho passou “pela própria criação da marca e, depois, pela gestão do negócio em Portugal e Espanha. Foi incrível”.
FORMAÇÃO
Licenciatura em Gestão de Marketing, pela IADE — Escola Superior de Marketing e Publicidade, e E- Business program, feito na London School of Economics and Political Sciences
MISSÃO
“Acrescentar valor às organizações e pessoas com quem trabalho, desafiando a forma de pensar e potenciar o crescimento das equipas e negócio”
HOBBIES
“Viajar, dar o mundo aos meus filhos, arte, exposições, ouvir música e ler”
AMBIÇÃO DE CARREIRA
“Inovar, desafiar, fazer parte de novos projetos e ajudar os negócios a crescer”
PERCURSO
Começou em 2009 na MyBrand, uma consultora de branding (gestão de marca) e, depois, passou pela agência de publicidade BAR, onde trabalhou marcas como a Luso, Lâncome ou EDP. Três anos depois foi para a L’Oréal viver a experiência “do lado do cliente”, com a gestão local da marca Yves Saint Laurent Beauté. Em 2016 segue com a família para o Porto e aí surge um novo desafio na Zippy, enquanto diretora de marketing ibérica. Dois anos mais tarde, Maria Falcão cria a própria empresa de consultoria estratégica e de marketing digital e, em 2019, foi colaborar com uma capital de risco financiada pela Sonae para incubar novos negócios e acabou CEO de duas startups. No início do ano juntou-se ao Harpoon.jobs e assegura a gestão local da empresa. Aumentar a notoriedade da marca e escalar o negócio para outras geografias são tarefas que tem, agora, em mãos.
ÚLTIMA LEITURA
“Mudar de Vida”, de Dalila Pinto de Almeida
Texto Ana Sofia Santos
Foto António Pedro Ferreira