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Um português em destaque na medicina de reprodução

Um português em destaque na medicina de reprodução

Se fosse possível atribuir uma “paternidade” à doação de ovócitos em Portugal, provavelmente ela seria de Cândido Tomás.

29.08.2014 | Por Cátia Mateus


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O médico português que desde 1985 trocou Portugal pela Finlândia - onde prosseguiu a sua formação académica especializando-se e doutorando-se em Obstetrícia e Ginecologia, com enfoque na medicina de reprodução - não inventou o procedimento que possibilita às mulheres saudáveis doarem os seu ovócitos a outras mulheres com problemas de fertilidade, mas reclama para si a sua implantação prática em Portugal quando há 14 anos abriu as portas da AVA Clinic, um unidade clínica com implantação europeia focada no tratamento da infertilidade. 

“Na altura, a doação de ovócitos, que já se fazia em inúmeros países do mundo, não se fazia em Portugal. Fomos pioneiros a implementá-la com a AVA Clinic. Os meus colegas não o faziam porque diziam que era proibido. Não é verdade. Não existia uma lei específica, é um facto, mas também não existia para a fertilização in vitro e esta era praticada em Portugal”, relembra Cândido Tomás, atual diretor clínico da AVA Clinic em Portugal e na Finlândia, país onde mantém a sua atividade. Até porque o clínico mantém a mesma convicção que em 1985 o fez rumar a outras paragens: a internacionalização de profissionais que mantenham a ligação ao seu país, beneficia ambos. O profissional porque tem contacto com outras realidades, outras práticas e processos e o país que pode beneficiar dos conhecimentos que os médicos consolidam noutros países.

Foi essa a ambição que levou Cândido Tomás, na altura recém-licenciado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa a rumar à Finlândia. “Tinha acabado o curso e antes de iniciar a minha vida profissional quis abordar uma experiência internacional”, relembra o especialista que reconhece que na altura não era comum, sobretudo na sua área, uma opção desta natureza. Entre a opção de África, onde se poderia ter associado aos Médicos sem Fronteiras e a Finlândia, escolhe a segunda. Integrou a Universidade de Oulu, no norte da Finlândia, onde realizou um primeiro intercâmbio de quatro meses na área da investigação, que prolongou. Ainda regressou a Portugal para fazer o Internato Médico, mas após a sua conclusão regressou à Finlândia onde continuou a sua formação académica ao nível da especialização. Foi mais tarde convidado para integrar a equipa de arranque da AVA Clinic, cujo processo de expansão mundial tem acompanhado.

Quando no ano 2000, a empresa lhe entregou a direção clínica da AVA em Portugal regressou ao país por três anos para colocar de pé a clínica e formar os seus profissionais. Vive atualmente entre o seu país de coração - Portugal - e aquele que escolheu, a Finlândia. Regressar em definitivo, confessa, não faz parte dos seus planos. “Aqui vive-se melhor. Fomenta-se a ligação á família. Às cinco da tarde, todos os dias, estou perto dos meus filhos”, enfatiza.



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