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Tem as competências certas para entrar no mercado?

Tem as competências certas para entrar no mercado?

Há uma receita para a empregabilidade garantida? Alguma fórmula mágica para sair da universidade com lugar certo no mercado de trabalho? Não. Mas há competências que são essenciais e projetos que abrem muitas portas. 

25.10.2014 | Por Cátia Mateus


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Responsabilidade, disponibilidade para aprender, proatividade, espírito de iniciativa, motivação e capacidade para trabalhar em equipa são hoje, para os recrutadores, competências tão ou mais importantes do que uma brilhante média de final de curso. No momento de contratar, os líderes empresariais procuram para a sua equipa, muito mais do que as competências técnicas que durante anos foram fator decisivo nos processos de seleção. Para as gerações mais jovens, entrar no mercado de trabalho implica reconhecer que as regras mudaram e assimilar rapidamente o que as empresas procuram num candidato.

Num estudo recentemente divulgado – “Faz-te ao Mercado: Estudo sobre o (Des)Encontro entre a Procura e Oferta de Competências no Mercado de Trabalho e a sua Relação com a Empregabilidade Jovem”-, a TESE – Associação para o Desenvolvimento identifica a responsabilidade como a competência mais valorizada pelos empregadores quando o objetivo é contratar perfis entre os 15 e os 30 anos. O estudo da associação focou-se nas competências comportamentais do jovens, tidas como determinantes num processo de recrutamento e concluiu que ao nível da formação académica nacional, há lacunas que é necessário colmatar ao nível, por exemplo, da experiência prática consolidada ao longo da qualificação dos jovens. Segundo a TESE faltam ainda pontes sólidas entre as universidades e o mercado de trabalho, que facilitem a integração dos jovens profissionais. O estudo conclui que o sistema educativo revela ainda “pouca capacidade para preparar os jovens para a entrada no mercado de trabalho”.

Mas do lado das empresas, há já ferramentas que permitem ultrapassar estes entraves. Os programas de estágio ou de trainees são, possivelmente a face mais visível da iniciativa empresarial na captação de talentos e para muitos jovens a porta de entrada mais óbvia para o mercado de trabalho. Mas o processo é exigente e tem pouco de linear. A EDP confirma-o. A empresa que acaba de receber os candidatos selecionados para a segunda edição do seu programa de trainees, depois de um rigoroso processo de seleção. “O EDP Trainee Program é um programa estratégico para o Grupo EDP no segmento dos quadros juniores. É um programa corporativo, único e diferenciado, que permite desenvolver profissionais de excelência, facilitar a gestão provisional de recursos humanos a médio e longo prazo e contribuir para o rejuvenescimento da EDP”, clarifica fonte oficial da empresa. Entrar não é fácil, mas todos os trainees selecionados na primeira edição do programa - e que passaram pelo processo de formação, Job rotation e desenvolvimento de projetos – garantiram a sua integração do Grupo EDP, comprovando a importância deste tipo de programas para a integração profissional dos perfis mais jovens.

Mas há outras iniciativas valorizadas pelas empresas num processo de recrutamento e que podem, de algum modo, certificar a maturidade dos candidatos para uma determinada função e funcionar como um fator diferenciador em perfis com pouca experiência. O Job-shadowing é uma dessas iniciativas. Trata-se de colocar jovens finalistas em experiências de alguns dias, ou até semanas, em contexto profissional seja num qualquer departamento de uma empresa, ou mesmo a acompanhar o seu líder. A Tese, em parceria com a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), a Fundação Calouste Gulbenkian e a Sair da Casca, criaram a plataforma Link2Jobs, através da qual os candidatos mais jovens são convidados a “conhecer empresas através de experiências de job-shadowing de curta duração que lhes permitam conhecer as suas áreas profissionais de interesse” e perceber as competências que terão de desenvolver para triunfar na carreira escolhida.

À margem deste projeto, a associação desenvolve também o programa “Faz-te Forward”, financiado pelo Barclays, com o objetivo de aumentar a empregabilidade e a inclusão profissional dos jovens. As candidaturas para a quarta edição deste programa abriram esta semana e o programa está aberto a jovens entre os 18 e os 25 anos, desempregados ou à procura do primeiro emprego, a quem são transmitidas ferramentas e conhecimentos que facilitem a transição para o mercado de trabalho. Na edição estreia, o programa recebeu 60 candidatos e terminou com uma taxa de integração de 83%, demonstrando que as competências sociais têm um peso determinante na inserção profissional das camadas mais jovens.



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