São 360 profissionais em situação de desemprego que este ano deverão ser colocados, como estagiários, em empresas de sectores onde há falta de pessoal qualificado no país, ao abrigo do projeto “Qualificar para Empregar”, criado no ano passado pelo Grupo ISQ - especialista na prestação de serviços de inspeção, ensaio, formação e consultoria técnica em diversas partes do mundo -, em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). O objetivo da iniciativa é encorajar empresas dos sectores da energia (eletricidade e gás), automação, eletrónica, manutenção industrial e outros, a acolherem profissionais requalificados pelo ISQ em funções técnicas, durante três meses.?
“Uma das causas de estagnação do país é o baixo nível de qualificação dos recursos humanos”, defende Marta Branquinho Garcia, coordenadora de formação do Grupo ISQ, adiandando que “só 35% dos portugueses com mais de 25 anos terminaram o 2º ciclo de escolaridade, face a 86% registados na Alemanha e 72%, em França”. O projeto concebido pela empresa passa, segundo a responsável, por partilhar o conhecimento que tem acumulado em sectores emergentes como o do Oil & Gas com quem está desempregado, promovendo a sua empregabilidade. Os 360 profissionais que este ano deverão estagiar nas empresas, estão entre os 450 desempregados a quem o ISQ vai dar formação ao abrigo da parceria estabelecida com o IEFP, no âmbito das suas medidas Aprendizagem e Vida Activa.?
Parceiros na reintegração
Segundo Marta Branquinho Garcia, para além de dar formação, “o facto do ISQ ter 50 anos de existência em Portugal e trabalhar com diversos sectores industriais, permite-nos identificar um conjunto de empresas - clientes, fornecedores, parceiros - motivadas para se aliarem à iniciativa Qualificar para Empregar, promovendo assim a reintegração profissional de um número muito significativo de pessoas que estão desempregadas”.?
A parceria com o IEFP qualificará profissionais nas áreas da mecânica e manutenção industrial, instalações elétricas, instalação e soldadura de redes de gás, mecânica de aparelhos de gás e aquecimento central, controlo e qualidade alimentar, eletrónica e automação, logística operacional, energias renováveis, análise laboratorial, todas elas funções relevantes para os sectores da indústria, energia, automação e manutenção industrial. Porém, explica a coordenadora, o programa “está habilitado a qualificar os participantes, permitindo-lhes trabalhar em empresas mas também criar o seu próprio emprego”. Após três meses de formação, seguem-se três meses de estágio. Aos participantes é exigido que mantenham uma atitude de procura ativa de emprego, durante esse seis meses.