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Portugal aposta no trabalho temporário



01.01.2000



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Portugal aposta no trabalho temporário


Cerca de metade das empresas portuguesas utilizam serviços de trabalho temporário, é o resultado do mais recente estudo da Hays Personnel.


Uma década depois do lançamento das primeiras empresas de TT a maior parte da mão-de-obra recrutada é indiferenciada e não especializada, mas começa a ser visível a utilização de trabalhadores temporários em posições séniores e técnicas.

A Hays Personnel justifica o facto com a mudança das condições de mercado. As empresas "têm necessidade de recrutar trabalhadores para projectos específicos".

Aponta ainda que "a verdadeira mudança chegou através dos próprios trabalhadores. Há alguns anos era difícil recrutar mão-de-obra especializada, técnica e qualificada através de contratos temporários."

Esta procura das empresas de TT por parte dos trabalhadores qualificados é apontada pela Hays como resultado da crise no mercado laboral. "Muitos que antes não consideravam um contrato de trabalho temporário, são agora, por necessidade forçados, considerando a actual crise no mercado de trabalho, a aceitá-lo."

Das mais de mil empresas inquiridas para este estudo, durante o mês de Abril do corrente, a maioria (83%) pertence à região da Grande Lisboa.

Foi apurado que as organizações de maior dimensão estão mais predispostas a utilizar o recrutamento temporário, uma vez que "enfrentam dificuldades acrescidas em controlar directamente todos os requisitos de recrutamento".

Já as empresas pequenas recorrem a estes serviços em maior número do que as médias, situação para a qual a Hays sugere a hipótese de que "as empresas pequenas tenham menos serviços internos, como o de recursos humanos, por exemplo."

Os sectores da construção e da indústria são os que mais utilizam os trabalhadores temporários. As "necessidades de aumentar ou baixar a produção de acordo com as necessidades do mercado" e a resposta a "projectos específicos" são as razões apontadas para a preferência destes sectores.

Estes são também os principais motivos invocados pelas empresas em geral para o uso dos serviços de TT.

A necessidade de mão-de-obra extra devido a um aumento de trabalho ou para cobrir férias ou baixa médica dos funcionários são os factores que levam à procura destes trabalhadores.

A pesquisa também refere que são poucas as organizações que recorrem a estes processos como método de recrutamento.

A qualidade dos serviços das empresas de TT foi também avaliada neste estudo e ficou classificada com um "bom". Mais de 60% das empresas mostraram-se bastante satisfeitas com os serviços.

Para Miguel Figueiredo, do Banco Finantia, "o recurso ao trabalho temporário tem de ser encarado cada vez mais como uma opção de futuro, uma vez que permite flexibilizar e dotar as organizações de estruturas mais polivalentes", remata.

Ana Bentes Bravo






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