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O escritório do século XXI



01.01.2000



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O escritório do século XXI

Num mundo pós-industrial o escritório ocupa um lugar central na vida das empresas. As novas linhas de design do escritório de hoje são abordadas em "The 21st Century" (Rizzoli, Nova Iorque, 2003), o segundo livro de Jeremy Myerson e Philip Ross.


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Contendo 45 "case studies", o livro propõe um novo olhar sobre o escritório enquanto local de trabalho. O interior do escritório não está a tornar-se obsoleto, antes a adaptar-se às mudanças de natureza social que acontecem no ambiente de trabalho. Myerson e Ross identificam quatro tipos de novos escritórios que estão a emergir e ilustram cada um deles com exemplos práticos.

O escritório narrativo

1. O "escritório narrativo" é uma paródia ao cubículo de Dilbert em toda a sua mediocridade, mesmidade e falta de vida. O escritório-tipo das tiras de banda desenhada, de estilo antigo, foi construído por empreendedores obcecados com a prevenção de riscos e em encontrar soluções de baixo orçamento, capazes de acolher o maior número de pessoas. Era como se os construtores se limitassem a erguer os espaços sem se preocuparem com que se passava no seu interior. Os "escritórios narrativos" do novo século serão uma extensão física da marca da companhia que os utiliza. O enfoque é no serviço. Trata-se de construir um espaço que seja capaz de inspirar os empregados a contar a história da empresa aos clientes que a visitam. Um design aberto e um uso extensivo de madeira, vidro e cimento são as suas principais características.

O escritório nodal

2. Os "escritórios nodais" são concebidos de modo a disponibilizar aos trabalhadores virtuais uma âncora, um ponto de referência. Esta é a expressão futura para as formas de trabalho flexível. Este design contraria as tendências dos escritórios actuais de apenas usarem cerca de 50 por cento do espaço. É um escritório central, onde têm lugar a formação, a discussão e a partilha de conhecimentos. Os "escritórios nodais" dão aos funcionários a possibilidade de se ligarem ao mundo social no local de trabalho.

O escritório amigável

3. O "escritório amigável" funciona como um centro comunitário. O objectivo principal é maximizar a interacção social e, por isso, contrasta com os princípios de comando e controlo dos escritórios tradicionais. Os conceitos de conforto, sociabilidade e comunidade são essenciais. Estes escritórios vão buscar a inspiração ao planeamento das cidades, levando o urbanismo moderno ao encontro das necessidades das empresas. Os criadores do "escritório amigável" garantem que este espaço reflecte o debate emergente sobre o balanço entre o trabalho e a vida, e as mudanças demográficas que endossam uma força de trabalho multigeracional.

O escritório nómada

4. Por último, Myerson e Ross apontam o "escritório nómada". É o tipo de espaço que optimiza uma capacidade empreendedora móvel baseada nas novas tecnologias. Aqui se lançam as raízes para um local de trabalho efectivamente ligado em rede, numa lógica que aproxima a casa, o trabalho e a comunidade, numa complexa rede social que funciona como um núcleo de tecnologia ou um repositório de informação. O "escritório nómada" é o local indicado para se promover a interacção entre pessoas, ferramentas e conhecimento. É um clube de negócios, onde é possível migrar de um estilo de trabalho para outro. Estes espaços podem ser implementados no centro nevrálgico das grandes cidades ou em remotas zonas rurais.

Os autores fazem um levantamento exaustivo de uma série de experiências, levando o leitor a conhecer os mais diversos tipos de espaços de trabalho, desde os tradicionais escritórios das baixas das cidades até aos localizados em pleno campo. É uma óptima proposta de leitura para todos os que sentem haver mudanças no design actual dos locais de trabalho, mas ainda não as conseguem visualizar na sua plenitude.

Helder Gomes






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